São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
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DEPOIMENTO

``No início da minha carreira, há 25 anos, tive duas experiências muito ruins com chefes mulheres.
A primeira foi no Banco de Boston e durou um ano. Minha chefe era uma mulher muito feia e medrosa -ela preferia pedir a uma funcionária do tipo `faz tudo' para providenciar as coisas a ter quer pedir para mim. Quando percebeu que meu empenho era maior, me pôs à disposição.
Fui para outro departamento, no próprio banco, e ainda trabalhei ali cinco anos. Cheguei a secretária da vice-presidência, mas enfrentei problemas com mulheres de novo.
As secretárias do presidente não deixavam ninguém se destacar -o máximo que eu podia ser era auxiliar delas. Elas eram capazes de ir trabalhar doentes, se arrastando, para não me deixar saber os macetes do funcionamento do gabinete dele.
Minha segunda experiência com mulheres foi na Westinghouse. Minha chefe era uma mulher super bem colocada no mercado, competente, e me ofereceu três vezes o que eu ganhava (na Dupont) para trabalhar com ela. Eu fui.
Semanas depois, um cliente disse a ela que eu era bonita. Minha chefe virou bicho, passou a disputar tudo comigo, imagina, a secretária dela. Era competição mesmo -ela perdeu as estribeiras, a elegância e toda aquela imagem que eu tinha dela ruiu. Perdi o respeito e pedi demissão.
Depois disso, trabalhei sempre com homens e nunca tive problemas -eles são muito mais fiéis e profissionais. As mulheres escondem tudo, vivem presas a detalhes sem importância e adoram rivalidades. São inconfiáveis.

CRISTINA MORENO, 39, secretária.

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