São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995 |
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Mulher teve gêmeos com dois pais diferentes
AURELIANO BIANCARELLI
Chamada pelo juiz, a mãe teria contado que, num intervalo de meia hora, mantivera relações com dois irmãos diferentes. O juiz pediu novos testes aos irmãos e o processo permanece aberto. A bióloga Sarita Rubinstein diz que vem aumentando o número de negatórias de paternidade. Há pelo menos um caso por semana de pai que faz o teste para provar que o filho -já reconhecido anos atrás- não é realmente seu. Há casos de mães que apontam dois pais. E outras que iniciam processo para trocar de pai. Há vários casos de espólio onde se descobre que um dos filhos do pai falecido não era legítimo. Se o pai morreu, exames feitos nos filhos legítimos e na mãe são capazes de indicar se alguém que se diz seu filho é de fato. Em muitos casos, as mulheres são vítimas de verdadeiras armadilhas, lembra o juiz Henrique Calandra. Tentando provar que a ``namorada" grávida tinha relações com outros, um estudante de São Paulo convenceu o irmão a ir para a cama com ela. A ``operação" foi devidamente filmada como futura prova na Justiça. Um teste de DNA mostrou que o estudante era o verdadeiro pai. E os dois irmãos foram advertidos pelo juiz. Os especialistas lembram que a lei pode garantir a paternidade, mas não pode obrigar um pai a visitar seu filho. A procuradora Margherita Mascarenhas Duarte conta que já estudou essa possibilidade. ``Já recebi na minha sala uma menina de 12 anos que queria que a Justiça obrigasse seu pai a lhe fazer visitas", conta. ``Não pude ajudá-la." (AB) Texto Anterior: Vendedor espera 2 anos por teste de paternidade Próximo Texto: Filho de Quércia promete surpresa Índice |
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