São Paulo, domingo, 13 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Perua Astra tem ótimo desempenho e preço alto

GRACILIANO TONI
EDITOR DE VEÍCULOS

A perua Astra, importada pela Chevrolet, dá muito trabalho para qualquer concorrente de mesmo porte. Só não dá para se entusiasmar muito com o carro porque custa mais do que vale. Apesar de ter desempenho muito bom (veja quadro abaixo) e ser bastante confortável nos bancos da frente, não é carro de R$ 26 mil.
O preço (R$ 17 mil) da Ipanema, fabricada no Brasil também pela Chevrolet, seria mais justo. Na Europa, a Astra substitui a perua que originou a Ipanema.
O melhor do carro é sem dúvida o conjunto motor/câmbio -uma mistura de maciez, precisão e bom funcionamento. O pior, a suspensão traseira.
A Astra Wagon -denominação oficial da perua- acelera bem sem necessidade de reduções frequentes de marcha, o que ajuda a cansar menos no trânsito urbano.
Na estrada, mantém velocidade elevada sem apresentar instabilidade. Além de segura, é silenciosa -há apenas um irritante silvo a partir de 130 km/h, aparentemente originado quando o ar passa pelas colunas que separam as portas dianteiras das traseiras.
Nas pequenas portas traseiras está outro defeito da Astra, chato em uma perua, teoricamente destinada a levar com frequência passageiros no banco de trás -o acesso é pior do que deveria.
Ainda pensando na Astra como carro familiar, merece críticas a tampa do porta-malas. É desajeitada para abrir -é preciso virar e empurrar a chave na fechadura ao mesmo tempo- e para fechar -falta apoio para a mão.
Além disso, tem molas a gás excessivamente fortes, obrigando o motorista a ser rápido para evitar que pegue no corpo na hora de abrir. Pessoas mais altas -de 1,8 m para cima- batem a cabeça na tampa para colocar bagagem.
Todos os outros pontos fracos da Astra estão na traseira. A persiana de cobertura do porta-malas é barulhenta; a suspensão traseira transmite muito as trepidações de pisos irregulares; a perua perde estabilidade ao passar por buracos ou ondulações.
Fora isso e a posição da alavanca do câmbio, que obriga o motorista a levantar o cotovelo para trocar de marcha, a Astra é ótima para o motorista.
Freia bem, tem ótima visibilidade e direção leve -no centro do volante, há um símbolo da Opel, que fabrica o carro, enquanto todos os outros emblemas são Chevrolet- e precisa.
Para acionar qualquer comando, basta leve deslocamento do braço. Nunca é preciso desencostar os ombros do banco ou virar a cabeça para achar botões e alavancas.
Atenção extra só é necessária ao passar por lombadas e valetas. A frente baixa raspa com mais facilidade que a de carros nacionais, o que exige que a Astra passe meio de lado em alguns obstáculos.

Texto Anterior: FEI mostra projetos com inovações tecnológicas
Próximo Texto: Jipes e picapes enfrentam 4.000 km de poeira
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.