São Paulo, segunda-feira, 14 de agosto de 1995 |
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Colonos israelenses matam palestino
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS Colonos judeus mataram a tiros um palestino ontem, depois que cerca de 100 palestinos demoliram seu acampamento.Negociadores da Israel e da OLP (Organização para a Libertação da Palestina) tentam fechar um acordo estendendo a autonomia palestina até a Cisjordânia a tempo para assiná-lo em Washington, no dia 6 de setembro. Testemunhas afirmam que cerca de cem palestinos de Dura al-Qara, aldeia ao norte de Jerusalém, derrubaram uma casa parcialmente construída e atearam fogo ao campo e a uma bandeira israelense. O acampamento havia sido construído como parte de uma campanha de quatro semanas para bloquear a extensão da autonomia de Gaza à Cisjordânia. Os únicos colonos do local, uma mulher e quatro crianças, fugiram. Outros chegaram e abriram fogo, matando Khairi Mohammed Abdel-Hafeez, 23, e ferindo outro árabe. Os colonos negaram ter matado o árabe. Soldados impediram os palestinos de marchar para outro acampamento. Os colonos depois abandonaram o acampamento, por ordem do exército. A Autoridade Nacional Palestina solicitou a Israel que contenha os colonos, O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, e o líder da OLP, Iasser Arafat, tentam conseguir apoio para o acordo de autonomia obtido em negociações na sexta-feira. O gabinete de Rabin aprovou ontem o acordo que o ministro do Interior, Ehud Barak, afirmara que poderia enfraquecer a posição de Israel nas negociações finais no ano que vem. O ministro da Absorção, Yair Tseban, afirmou que Rabin avisou que os ministros não deveriam falar contra o acordo. Os que fossem contra deveriam renunciar. Arafat tentaria hoje persuadir o comitê executivo da OLP a apoiar o acordo. Representantes de Israel e da OLP começam a partir de hoje nova rodada de negociações, no balneário israelense de Eilat. Serão discutidos o futuro de Hebron, cidade palestina com colonos judeus entre seus habitantes, distribuição de água e eleições palestinas. As conversas devem durar duas semanas. O exército israelense bloqueou na última quinta-feira a faixa de Gaza e anunciou que manterá o isolamento até amanhã. Israel teme ataques de guerrilhas muçulmanas contrárias às negociações com a OLP, como o Hamas (Movimento de Resistência Islâmica). Ex-integrantes do Hamas anunciaram ontem que estão formando um partido que aceita o acordo de paz entre Israel e a OLP. O novo grupo, denominado Movimento Islâmico Nacional Al-Massar, será financiado em parte pelo governo autônomo palestino liderado por Iasser Arafat, segundo o chefe do partido e ex-líder do Hamas, Mahmud Abu Dan. Texto Anterior: Brasil entra na rota do sequestro de aviões Próximo Texto: Separatistas matam refém na Caxemira Índice |
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