São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 1995
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FHC quer aumentar proteção aos clientes

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso determinou ao ministro da Fazenda, Pedro Malan, e ao presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, que estudem a ampliação do limite de saque de conta corrente e poupança do Banco Econômico, fixado inicialmente em R$ 5.000.
O senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) está pressionando FHC a liberar todos os depósitos em conta corrente e poupança do banco baiano. ACM quer o mesmo tratamento dispensado ao Banespa, banco sob administração do BC mas que continua funcionando normalmente.
O presidente reuniu-se anteontem à noite com o ministro da Fazenda para discutir alternativas técnicas para contornar a crise política gerada pela intervenção no Banco Econômico. Durante a reunião, que terminou à meia-noite, FHC falou várias vezes com Loyola por telefone.
``O presidente está pessoalmente empenhado em encontrar uma solução adequada para o banco e a melhor solução possível para os correntistas e poupadores", disse ontem o porta-voz da Presidência, Sérgio Amaral.
Ele negou que a disposição de FHC em rever o limite de saque seja para atender às pressões do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA). O estudo da área econômica vai incluir os outros dois bancos em que houve intervenção federal: Banco Mercantil, de Pernambuco, e Banco Comercial, de São Paulo.
Amaral disse que FHC pediu a Malan e Loyola que estudem ``a possibilidade de ampliação da proteção que o governo se comprometeu a dar (a correntistas e poupadores)".
O porta-voz fez um relato sobre as negociações entre o presidente e ACM, na última sexta-feira, para negar que o senador tenha sido surpreendido pela intervenção no banco. ``O governo fez tudo o que era possível fazer".
Sérgio Amaral disse que o presidente espera compreensão dos partidos políticos que apóiam o governo. ``O governo está confiante que os esclarecimentos prestados pelo Banco Central, pela área econômica e pelo Planalto e as evidências da boa fé do governo serão compreendidos pelos partidos que apóiam o governo no Congresso".
Segundo Sérgio Amaral, FHC e ACM conversaram na manhã de sexta-feira. ``Na conversa, ambos coincidiram que havia a necessidade de tomar medidas para preservar o banco".
Ao meio-dia daquela sexta-feira, a hipótese de manter o banco aberto com uma administração temporária do Banco Central teria sido descartada. Os grupos econômicos que estavam negociando com o BC desistiram de participar de um esforço para reequilibrar o Econômico. Esta era uma condição para evitar a intervenção, segundo Amaral.
``Havia ameaça de corrida aos depósitos, que poderia comprometer a sobrevivência do banco e tornar mais difícil a proteção aos depositantes e poupadores", disse o porta-voz.
Até junho passado, o governo garantia depósitos de poupança com saldo até R$ 19,2 mil no caso de intervenções e liquidações de bancos. Esse limite foi reduzido para R$ 5 mil quando da edição de resoluções complementares à medida provisória da desindexação.

Colaborou a Redação

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