São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 1995
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Ministro prevê safra de grãos menor em 96

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro José Eduardo de Andrade Vieira (Agricultura) disse ontem que a safra de grãos de 96 deve ser inferior às 81,4 milhões de toneladas colhidas em 95.
Ele espera um retorno à produção de 94, ``que já era alta", de 76,1 milhões de toneladas de grãos. No ano anterior, a safra havia sido de 68,3 milhões de toneladas.
"O ideal é que nós tivéssemos, cada vez mais, 85 milhões de toneladas em 96. Mas só vamos conseguir isso com a elevação do poder aquisitivo dos brasileiros, o que o governo está tentando", afirmou o ministro.

Preço mínimo
O Conselho Monetário Nacional aprovou ontem "ad referendum" (sem consulta aos membros) uma lista de preços mínimos para alguns produtos da safra do próximo ano. De acordo com a Lei Agrícola, o governo garante a compra por este preço se o produtor não conseguir vender no mercado.
O milho teve o preço reduzido porque os estoques do governo estão muito altos. No Centro-Sul, por exemplo, o preço que era de R$ 6,32 para a saca de 60 kg será de R$ 6,00.
No caso do feijão, o preço aumentou de R$ 22,50 para R$ 24 para a saca de 60 kg no Centro-Sul. O algodão em caroço também teve aumento: de R$ 5,52 para R$ 5,96 a saca de 15 kg.
A tonelada da mandioca-raiz, que custava R$ 24,00, passa a valer R$ 25,50. Soja e arroz terão preços idênticos aos do último ano (R$ 8,14 para as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, exceto Mato Grosso do Sul).

Incentivo
O governo vai dar um novo incentivo para os agricultores na próxima safra. A Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) vai comprar a safras ainda não plantadas, pagando adiantado.
O mecanismo será o mesmo das bolsas de mercados futuros: se o produtor não entregar o produto, terá que devolver o dinheiro e pagar uma multa.
O presidente da Conab, Isaías Custódio, quer limitar a importação de alguns produtos que estão, segundo ele, prejudicando produtores internos.
Os EUA, por exemplo, conseguem vender milho ao Ceará apesar de o produto estar sobrando no mercado interno.
A vantagem que os produtores estrangeiros conseguem oferecer está nos prazos de pagamentos, que incluem juros muito inferiores aos que são cobrados no Brasil.
Custódio disse que estas facilidades de créditos podem ser vetadas pelo Conselho Monetário Nacional no próximo mês.

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