São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 1995
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`Se FHC quiser romper, problema dele'

SÔNIA MOSSRI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

``Se o o presidente Fernando Henrique quiser romper comigo, é problema dele. Eu vou achar ótimo, mas não vou romper com ele", disse ontem o senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).
ACM está negociando com o presidente Fernando Henrique Cardoso a substituição da intervenção pelo regime de administração especial, que permitiria o funcionamento rotineiro do Banco Econômico.
Mesmo assim, não deixou ontem de alfinetar FHC ontem e avalizou uma ofensiva do PFL contra os diretores do Banco Central ontem.
Ele evitou criticar diretamente FHC, preferindo responsabilizar o presidente do BC, Gustavo Loyola, pelo o uso do "arbítrio" na intervenção do Econômico.
Ontem, ACM conversou pelo telefone com FHC para negociar o caso. O presidente da Câmara, Luís Eduardo Magalhães (PFL-BA), filho de ACM, fugiu durante todo o dia da imprensa, evitando comentários sobre o Econômico.

PFL
A intervenção do governo no Banco Econômico, com sede na Bahia, fez com que o PFL desencadeasse ontem, no Congresso, um movimento contra o BC.
O líder do PFL na Câmara, Inocêncio Oliveira (PE), avisou ontem que o partido, ``como um dos mais importantes do país, não pode ficar omisso com relação ao sistema financeiro".
O presidente do partido, Jorge Bornhausen, disse ontem em Fortaleza que o governo deve ouvir ACM.
Os deputados Benito Gama (PFL-BA), vice-líder do governo na Câmara, e José Carlos Aleluia (PFL-BA), ameaçam convocar uma CPI sobre ligações da diretoria do Banco Central com empresas de consultoria para apurar vazamentos de informações.
Aleluia afirma que é preciso investigar a MCM -empresa de consultoria paulista cujo principal sócio é o ex-ministro da Fazenda, Mailson da Nóbrega.
O presidente do BC, Gustavo Loyola, foi funcionário da MCM até maio, antes entrar no governo. Loyola e Mailson da Nóbrega não comentaram o caso ontem.
O PFL tenta aprovar hoje no plenário da Câmara requerimento de informações ao Banco Central sobre as operações de socorro financeiro às instituições em dificuldades, desde a adoção do real, em 1º de julho de 94.
``Se o Banco Central não responder adequadamente o requerimento, vamos partir para medidas mais extremas", disse Gama, ameaçando propor CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito).

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