São Paulo, terça-feira, 15 de agosto de 1995
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Estado tomba 10 prédios do modernista Rino Levi

VICTOR AGOSTINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dez edifícios projetados pelo arquiteto Rino Levi, morto em 65, foram tombados provisoriamente pelo Estado ontem. Na seleção estão prédios de teatro, cinema, banco e até hospital.
O tombamento provisório, instituído pelo Condephaat (órgão que cuida do patrimônio histórico estadual), é um mecanismo que preserva o imóvel durante uma fase de estudos. Não é uma decisão definitiva. Durante as análises, no entanto, o imóvel não poderá ser demolido ou reformado sem autorização prévia do Condephaat.
O tombamento provisório foi aprovado por unanimidade pelos conselheiros do Condephaat. Segundo José Carlos Ribeiro de Almeida, 57, presidente do conselho, o que propiciou o tombamento, de uma vez, de dez edifícios, foi o medo dos historiadores de que os imóveis acabassem sendo demolidos.
“A casa onde morava Levi, na rua Bélgica, foi demolida há dois anos com o pretexto bobo de que não havia nada demais na sua arquitetura. Mas o que as pessoas esquecem é que Levi foi um grande professor. Suas obras foram copiadas até virarem de domínio público”, afirmou Almeida. O presidente do Condephaat conta que, nos anos 40, era no escritório de Levi, e não nas faculdades, que os estagiários de arquitetura entravam em contato com os projetos contemporâneos do modernismo (uma arquitetura “limpa”, sem ornamentos ou excessos decorativos).
“Apesar de formado na Itália, Levi incorporou na sua produção elementos tradicionais da arquitetura brasileira”, disse Almeida.
O estudo de tombamento será desenvolvido em conjunto com os técnicos do Iphan (que cuida do patrimônio histórico nacional).
Foram abertos para análises dez processos diferentes, um para cada imóvel. Os estudos não têm data marcada para serem concluídos. Alguns podem levar anos. Outros, meses.

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