São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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PFL desiste de CPI dos bancos

MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PFL baiano desistiu de abrir uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar o sistema financeiro, um dia depois de o presidente Fernando Henrique Cardoso concordar em suspender a intervenção do Banco Econômico.
``Não há nenhuma denúncia que justifique uma investigação e não queremos gerar tumulto no mercado financeiro", declarou o deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA).
Na segunda-feira, o PFL baiano tinha ameaçado convocar uma CPI em razão da intervenção do Econômico. ``Nós queríamos apenas provar que o banco estava sendo discriminado", disse Aleluia.
Durante uma reunião com a cúpula política do governo, o presidente Fernando Henrique Cardoso desaconselhou a abertura de uma CPI. Alegou que o sistema financeiro é sensível.
``Não vamos ser irresponsáveis de mexer no sistema financeiro como quem joga penas no ar", disse ontem o líder do governo no Congresso, deputado Germano Rigotto (PMDB-RS).
O líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE), endossou a avaliação do Planalto e explicou o recuo de seu partido.
``Este não é o momento para abrir uma CPI, de jeito nenhum. O momento é de prudência, disse Inocêncio.
Ao mesmo tempo que o PFL desistia da CPI, três deputados, Milton Temer (PT-RJ), Miro Teixeira (PDT-RJ) e José Abreu (PSDB-SP), já começavam a recolher assinaturas para formalizar uma investigação do relacionamento do Banco Central com o sistema financeiro.
Às 19h de ontem, 131 deputados já haviam assinado. Faltavam apenas 40 assinaturas.

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