São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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Governo exige da Bahia R$ 1,8 bi pelo Econômico

GUSTAVO PATÚ; VIVALDO DE SOUSA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo da Bahia terá de colocar pelo menos R$ 1,8 bilhão no Banco Econômico para iniciar as negociações com o BC (Banco Central) que reabram a instituição. ``Esta condição é necessária, mas não suficiente", afirmou o diretor de Política Monetária do BC, Alkimar Moura.
Outros pontos importantes a serem analisados, segundo ele, são os seguintes: garantias que o governo baiano vai oferecer e qual será a nova diretoria da instituição. Os recursos de R$ 1,8 bilhão deverão ser depositados em dinheiro no BC para cobrir o déficit patrimonial, disse Moura.
O déficit patrimonial do Econômico é de R$ 1,5 bilhão. Mas são necessários ainda mais R$ 300 milhões para aumentar o capital do banco e adequá-lo ao que exige a legislação internacional, afirmou Cláudio Mauch, diretor de Normas e Organização do BC.
A área econômica acha que o governo baiano terá dificuldades para obter os recursos e capitalizar o Econômico. O presidente do BC, Gustavo Loyola, disse que a reabertura do banco depende da capitalização e das garantias, mas que acha isso ``muito difícil".
Loyola afirmou que por enquanto o que há é a disposição do governo de negociar uma solução. Para isso, a legislação exige garantias e o BC não abre mão delas. Ou seja, a intervenção está mantida e o interventor Francisco Salles Barbosa continua seus trabalhos.
O Econômico não voltará a funcionar sem que seja feito o aporte de capital e dadas garantias, mesmo que seja estadualizado antes disso. O governo da Bahia poderá fazer a desapropriação das ações do controlador do banco, mas o banco apenas muda de dono.
``O governo fica dono de um banco com prejuízo", afirmou Moura. Segundo ele, a desapropriação significa que o governo da Bahia paga R$ 1,00 por 51% das ações do Econômico, mas assume também todas as dívidas.
Loyola disse que, atendida as exigências anteriores, a intervenção não poderá ser transformada em RAET (Regime de Administração Especial Temporária). Segundo ele, não haverá necessidade do banco ficar aos cuidados do BC porque os seus problemas de falta de capital terão sido resolvidos.
No RAET, a responsabilidade pela administração é do BC e das pessoas nomeadas para dirigir a instituição.

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