São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995 |
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Banco Dibens redescobre a roda
EDUARDO BELO Única instituição voltada para o setor de transporte tem 261% de aumento no lucro do primeiro semestreComparado ao de gigantes do mercado financeiro, o lucro foi pequeno: US$ 22,2 milhões. O Bradesco, por exemplo, lucrou sozinho, R$ 265,68 milhões no período. Mas o crescimento de 261% na lucratividade sugere que há algo por trás do resultado do Banco Dibens, campeão de rentabilidade em leasing. A liderança não surpreendeu ninguém no Dibens. O banco acumula uma história de crescimento vertiginoso nos seus seis anos de idade. Em 1992, tinha uma carteira de crédito de US$ 50 milhões. Hoje, são US$ 880 milhões -um salto de 1.660%. ``Nossos ativos cresceram 62% nos últimos 12 meses", afirma Ricardo Salvador de Almeida Lopes, 34, diretor-executivo. O trunfo: navegar sozinho em águas tranquilas. O banco trabalha exclusivamente no financiamento ao transporte rodoviário. ``O Dibens é um banco múltiplo, com carteira de banco comercial, financeira, banco de investimento", diz Lopes. ``Na realidade é um banco como outro qualquer, mas trabalhando num nicho específico." O Dibens é filho do grupo Verdi, há 41 anos no setor de transporte. O grupo emprega 5.000 pessoas e fatura US$ 600 milhões por ano em 54 empresas. O que o grupo fez foi aproveitar o conhecimento no ramo e criar um banco para dar suporte às operações financeiras. ``Nós temos um laboratório dentro de casa. Conhecemos os problemas do cliente." De todos os negócios do banco, 92% estão voltados para algum tipo de financiamento de veículos, principalmente os pesados (caminhões e ônibus); 55% é leasing. ``O leasing é o nosso principal produto, mas não é o único", diz. Nem a freada que o governo deu nas operações de leasing em abril deste ano mudou a trajetória do banco. Caminhões e ônibus ficaram de fora das medidas. Como o Brasil transporta praticamente tudo em cima de caminhões, é uma mina de ouro: ``o país possui hoje uma frota de 1 milhão de caminhões, com idade média próxima a 12 anos. Se nós tivermos que manter a idade média dessa frota, nós teríamos que produzir entre 90 mil e 100 mil veículos por ano", afirma Lopes. Segundo o diretor-executivo, a diferença em financiar um veículo pesado é que se trata de um bem de produção -gera riqueza e tem inadimplência baixa. Lopes também atribui os resultados do Dibens à estrutura enxuta: o banco possui 23 agências, 465 funcionários e três níveis hierárquicos. Texto Anterior: IBM traz dólar para vender computador Próximo Texto: Itaú investe na R$ 1 mi na modernização Índice |
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