São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995 |
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Reforma no ensino de SP deve custar R$ 400 mi
FERNANDO ROSSETTI
Praticamente metade do valor (47% ou US$ 214 milhões) será financiada pelo Banco Mundial -instituição com sede nos EUA. Outros 47% saem diretamente dos cofres do Estado e 6% da reforma deverão ser pagos por municípios. O texto do atual Projeto de Inovações no Ensino Básico -já aceito pelo Banco Mundial e obtido com exclusividade pela Folha- é uma reformulação do plano de reforma do governo Fleury (1990-94), que envolvia US$ 600 milhões (R$ 558 milhões). Desse valor, o governo Fleury gastou US$ 93,2 milhões -dos quais US$ 30,4 milhões financiados pelo Banco Mundial-, principalmente em infra-estrutura -construções e reformas de edifícios das chamadas escolas padrão. O governo atual não afirma categoricamente que acabou o projeto das escolas padrão -que previa dar benefícios como 30% a mais por dedicação exclusiva dos professores e investimentos na infra-estrutura das escolas com esse nome. Hoje 1.614 das 6.800 escolas da rede são padrão. Mas o atual projeto em conjunto com o Banco Mundial sequer toca no assunto e a Secretaria da Educação diz que está ``estudando a questão das escolas padrão". Segundo a secretária da Educação, Rose Neubauer, 50, a idéia seria estender às outras escolas da rede os benefícios das padrão. Algumas coisas, no entanto, dependem das negociações em curso com as entidades do magistério -como a nova carreira dos professores, que definirá se todas as escolas terão coordenador pedagógico, um privilégio atualmente exclusivo das padrão. O projeto do governo Covas para a área é dividido em dois blocos: Educação e Saúde Escolar. Esse último fica nas mãos da Secretaria de Estado da Saúde e o custo -que não conta como gasto com educação- é de US$ 30,4 milhões. Envolve, principalmente, compra de equipamentos, pesquisas e capacitação. A Secretaria da Educação fica com um total de US$ 361,2 milhões para seu projeto de reforma na rede de 6 milhões de alunos. Mesmo considerando que mais da metade da verba vai para obras em escolas estaduais ou municipais (leia quadro), é o maior investimento da década no setor. Entre as várias críticas ao projeto (leia ao lado), a mais recorrente é que a Secretaria da Educação ``está se submetendo às políticas do Banco Mundial para a educação", nas palavras da deputada Maria Lúcia Prandi (PT), 49. O banco, em geral, só investe em ensino básico (1º grau) em regiões pobres e há anos não financia alfabetização de adultos. Texto Anterior: Verão vai deixar 6,2 mi sem água em SP Próximo Texto: OS PRINCIPAIS CUSTOS DO PROJETO Índice |
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