São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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Brasileiro será `copinha SP' ampliada

MATINAS SUZUKI JR.
EDITOR-EXECUTIVO

Meus amigos, meus inimigos, o Campeonato Brasileiro que vem por aí parece uma versão ampliada da nossa copinha São Paulo de juniores.
Espremidos pelos orçamentos curtos, os clubes devem promover o maior saldo de utilização de jogadores novos da história deste torneio.
O que vem de teen-balada batendo tambor por aí, para engrossar o caldo dos jovens que já estão nas equipes principais do futebol brasileiro, não é mole.
Bom para o velho Lobo do futebol Zagallo, que está matutando sobre a seleção da molecada que levará para a Olimpíada (o inverso também ocorre: ele talvez carregue para Atlanta, se chegar lá, a mais ``madura" seleção de jovens da história da participação brasileira em futebol, nos torneios olímpicos).
E bom para nós, porque não se trata apenas da renovação de pé-de-obra em termos de faixa etária. A turma novíssima que chega é da pesada. É a ``bate geração" brasileira descendo a ladeira.
A gente acredita é na rapaziada. Não ao não. Que a gente está cobrando escanteio agora para cabecear no ano 2000.

São demais os mistérios dessa vida (futebolística): dá para acreditar que aquele futebol todo era só fogo de Palhinha?

Pelo jeitão da coisa, o jeitinho brasileiro nos dará mais um Campeonato Brasileiro de estádios vazios. Mas, como os estádios estão acabando também, pode ser que tudo acabe em empate.
Mais um daqueles empates que, no fundo, derrotam o futebol brasileiro.
Não dá para confiar em campeonatos que prevêem jogos para as noites de quarta, noites de quinta, tardes de sábado, tardes de domingo, noites de domingo...

Esta coluna está totalmente a favor do terceiro uniforme apresentado pelo Corinthians -assim como Flamengo tem o seu, usado em ocasiões especiais.
A modernização do futebol também passa pelos indumentos -que devem ser pensados especialmente para concorrer na idade da saturação da imagens.
Os cubo-futuristas russos e os dadaístas, por exemplo, acreditavam que a nova arte exigia também uma nova roupa.
Sim total ao fut-futuro.

O livro sobre o Garrincha, do Ruy Castro, prepara-se para entrar em campo. O diretor de cinema Ugo Giorgetti, como mostrou a reportagem do Zé Geraldo Couto, projeta o seu ``Boleiros".
Uau! E uau, outra vez! Ao som desses ``boleiros", vida, vamos nós...

O oriental usa leque (``Liú Kiú").
Dentro do mais rigoroso espírito pluralista, o jornalista Mário Magalhães envia-me dois leques relativos à Copa de 2002. Um soprando o vento da Coréia. O outro bafejando os ares do Japão.
Resta saber qual dos dois passará pelo biombo, que aprendi que vem do coreano, mas é muito usado no Japão, e significa qualquer coisa como quebra-vento.

Hoje é dia de clássico. João Gilberto.

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