São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995 |
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Sai biografia ilustrada de Oswald de Andrade ``O Salão e a Selva" chega às livrarias na segunda-feira FERNANDA SCALZO
Autora: Maria Eugenia Boaventura Preço: R$ 39 A obra do escritor modernista Oswald de Andrade é toda ela decorrência direta de sua vida e vice-versa. Partindo da premissa de que, ``ao contrário de Flaubert, o cidadão Oswald de Andrade apresenta-se inteiramente visível na sua obra", Maria Eugenia Boaventura optou por escrever a biografia do escritor entremeada por trechos dele. Assim, o livro ``O Salão e a Selva - Uma Biografia Ilustrada de Oswald de Andrade" tem um tratamento todo especial. Além de trazer 180 ilustrações, praticamente todas elas são acompanhadas por algum ``comentário" do escritor. Por exemplo, acompanham uma foto de Tarsila do Amaral os versos: ``Ando desperdiçando beleza/Longe de ti". ``O Salão e a Selva" será lançado no estande da Editora da Unicamp na 7ª Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro, que se realiza de hoje até o próximo dia 27, e chega às livrarias na próxima segunda-feira. ``O Salão e a Selva" se divide em quatro partes. A primeira, ``A Vida em Mi Bemol", vai do nascimento do escritor em 1890 até 1919. Nesse período, Oswald fez sua primeira viagem a Europa, em 1912, mesmo ano em que morreu sua mãe, e publicou seu primeiro livro, as peças ``Mon Coeur Balance e Leur Âme", escritas com Guilherme de Almeida. A segunda parte, ``Mundo sem Porteiras", vai de 1920 a 1929, que são os anos de grande produção dos escritor, quando se realiza em São Paulo a Semana de 22, publica seus romances ``Os Condenados" (1922), ``Memórias Sentimentais de João Miramar" (1924), os manifestos ``Pau Brasil" (1924) e ``Antropófago" (1928), e o livro de poemas ``Pau Brasil" (1925), entre outras obras. Durante boa parte desse período modernista, Oswald vive em Paris com sua então mulher, a artista Tarsila do Amaral. O casal costumava fazer festas em seu apartamento e oferecia canja e cachaça para a intelectualidade parisiense (Blaise Cendras, Jean Cocteau e Erik Satie estavam entre os frequentadores da casa). ``O Solo das Catacumbas", a terceira parte que vai de 1930 a 1943, cobre o período em que o escritor se casou com Pagu (Patricia Galvão) e com o Partido Comunista. Na última parte, ``Para Lá do Trapézio sem Rede", de 1943 até sua morte em 1954, Oswald enfrenta cada vez mais dificuldades financeiras, rompe com o Partido Comunista e está casado com Maria Antonieta d'Alkmin. Cada uma das partes do livro abre com a foto da mulher mais importante de Oswald de Andrade naquele período: sua mãe, Tarsila do Amaral, Pagu e Maria Antonieta, que foram as musas máximas de um olimpo que incluiu ainda a francesa Kamiá, a bailarina Carmen Lydia, Miss Cyclone (Maria de Lourdes Castro Dolzani, com quem se casou in extremis) e muitas outras mulheres. ``O Salão e a Selva" traz ainda uma cronologia e referências a todas as citações feitas no livro. LEIA MAIS Sobre o livro ``O Salão e a Selva" à pág. 5 Próximo Texto: Coluna Joyce Pascowitch Índice |
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