São Paulo, quinta-feira, 17 de agosto de 1995
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Lembrança de Fellini percorre todo o lugar

DO ``LE MONDE"

Na primavera de 1937, os estúdios foram abertos à produção nacional e saem ``Luciano Serra Pilota", ``Napoli di Altri Tempi" e ``Últimos Dias de Pompéia". No ano seguinte, ``Giuseppe Verdi". Os grandes cineastas da época são Blasetti, Camerini, Alessandrini e Soldati.
Depois da morte de Roncoroni, o Estado toma posse da Cinecittà, mas a aliança com a Alemanha só trará aborrecimentos.
Em setembro de 1943, uma grande parte dos equipamentos da Cinecittà são desmontados pela Wehrmacht e expedidos para Veneza. Os estúdios são abandonados aos vândalos, antes de se tornar um campo de refugiados.
Em 1952, enquanto Renoir vem filmar a ``Carroça de Ouro", William Wyler realiza ``Férias Romanas". Vidor e Mankiewicz trabalham na Cinecittà ao mesmo tempo que Visconti e Fellini.
Em 1962, a ``Cleópatra" de Mankiewicz bate recordes de descomedimento, enquanto uma nova geração de realizadores italianos aparece: Antonioni, Zurlini, Rosi, Pasolini, Olmi, Bellochio, Risi, Scola, os irmãos Taviani e o mestre Fellini.
Já a televisão assume seu papel e traz um suporte perigoso para o cinema. Grandes filmes serão rodados: ``E la Nave Va", ``Ginger e Fred", ``Entrevista", de Fellini, ``O Baile" e ``As Aventuras do Capitão Tornado" de Scola e ``O Nome da Rosa", de Jean-Jacques Annaud.
A partir de ``La Dolce Vita", em 1959, Fellini praticamente não trabalhará fora da Cinecittà. É lá que instalará suas praias e seus barcos, na grande ``piscina" atrás dos estúdios e no estúdio 5, o maior da Europa, seu mar de plástico negro que vemos brilhar em ``E la Nave Va".
Cinecittà é seu chinelo. Ele chega até a armar sua tenda num dos edifícios técnicos, com um salão, uma biblioteca, um escritório para trabalhar e descansar. Conservam-se, nesse lugar, lembranças do ``Casanova" de Fellini.

Na próxima semana, a cidade de Berlim estará na série ``Por Dentro das Cidades do Cinema"

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