São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Funcionários dos Correios entram em greve

ANDRÉ LOZANO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os empregados dos Correios de São Paulo entraram ontem em greve. Segundo o sindicato da categoria, 90% dos funcionários da área operacional, que inclui os carteiros, pararam. Para os Correios, a paralisação foi de 50%.
Cerca de mil carteiros, segundo o comando de greve, e 500 funcionários dos Correios, segundo a PM, decidiram ontem, às 16h30, em assembléia na praça da Sé (centro), manter o movimento por tempo indeterminado.
Os carteiros realizam nova assembléia hoje, às 15h, na Sé. Se decidirem manter a greve, sairão em passeata até a avenida Paulista.
A greve atinge a capital, a Grande SP e a região de Sorocaba (87 km a oeste de São Paulo).
Segundo o presidente do Sindicato das Empresas dos Correios de São Paulo, Washington Luís Gomes da Silva, os 90% de funcionários parados nessas regiões incluem: carteiros, motoristas e carregadores de caminhões. ``Na área administrativa tivemos a adesão de 5% da categoria", afirmou Silva.
Segundo a assessoria de imprensa da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) em Brasília, aderiram à greve, em média, 50% dos carteiros paulistas.
A empresa afirma que pararam 50% dos carteiros da capital, 65% da Grande São Paulo e 40% da região de Sorocaba.
A ECT informou que não havia contabilizado o número de correspondências que deixaram de ser entregues ontem e o valor do prejuízo causado pela paralisação. Segundo o comando de greve, cerca de 5 milhões de correspondências não foram entregues ontem.
Os carteiros reivindicam reajuste salarial de 7,98% sobre os salários de janeiro -cerca de 60% no total (leia quadro).
Eles exigem também a readmissão de 1.500 funcionários que dizem ter sido demitidos em função de ``perseguições políticas" e a contratação de outros 4.000.
A ECT diz que não vai negociar com os grevistas.
O sindicato dos carteiros de São Paulo não seguiu orientação do sindicato nacional da categoria.
O sindicato nacional havia determinado paralisação por 24 horas no próximo dia 22. ``A categoria em São Paulo não aguenta esperar até o dia 22. Nossos salários estão muito defasados", justificou o tesoureiro do sindicato em São Paulo, José Roberto de Matos.
O comando de greve decidiu ontem realizar a partir de hoje um ``piquete-arrastão". Os grevistas percorrerão todas as agências e os centros de distribuição para convocar quem não aderiu à greve.

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