São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Fepasa adota locomotivas movidas a diesel

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BAURU

A Fepasa (Ferrovias Paulistas S/A) vai alugar nos EUA, por R$ 300 mil mensais, dez locomotivas usadas movidas a diesel para substituir as máquinas elétricas da empresa que estão sendo desativadas.
A informação foi dada à Agência Folha pelo presidente da Fepasa, Renato Pavan, 57. Ele disse que a empresa deve pagar em média R$ 30 mil por mês de aluguel para cada locomotiva.
Segundo Pavan, a Fepasa não tem dinheiro para comprar as máquinas. Cada uma custa R$ 980 mil. Ele viaja em setembro para os EUA para negociar a locação.
Pavan disse que as locomotivas elétricas estão sendo desativadas por ser ``antieconômicas".
Trinta e seis máquinas estão sendo retiradas de uso pela empresa, que possui uma frota de 192 locomotivas elétricas -com média de idade de 30 anos- e 354 locomotivas a diesel.
As 36 máquinas que serão substituídas pertencem à linha que faz o percurso de 300 km entre Bauru e Jundiaí (SP) e são usadas principalmente para transporte de carga.
As máquinas estão sendo estacionadas no pátio da Fepasa em Bauru (345 km de SP). Segundo Pavan, das 36 locomotivas, 26 serão vendidas como sucata. As outras dez serão negociadas com a RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) para ser usadas na rede da Grande São Paulo.
Segundo Pavan, nas próximas semanas os funcionários vão iniciar a retirada do sistema elétrico (cabos e subestações) em 300 km de linhas. A fiação e o material obtido nas subestações de energia, instalados há 40 anos, também serão vendidos como sucata.
Ele disse que a desativação do sistema elétrico se deve principalmente à ``operação precária" das locomotivas movidas a energia elétrica. ``Elas estão com a capacidade de tração reduzida e não conseguem fazer adequadamente o transporte de cargas", afirmou.
Segundo ele, com as locomotivas a diesel será possível aumentar de 1.500 para 3.000 toneladas a capacidade de cada máquina.
Renato Pavan disse que a Fepasa teve um prejuízo de R$ 100 milhões em 94 por causa da precariedade do sistema. Segundo ele, a empresa gasta por ano R$ 5 milhões em energia elétrica.

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