São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995
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Banco Central alivia compulsório

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O BC (Banco Central) adotou ontem três novas medidas alterando as regras do recolhimento compulsório feito pelos bancos.
As medidas, anunciadas por Gustavo da Matta Machado, chefe do departamento de operações bancárias do BC, vão facilitar os empréstimos entre os bancos, aliviar a situação das pequenas instituições e reduzir os juros cobrados nas operações de empréstimo.
Por meio da circular número 2.604, o BC reduziu a alíquota do compulsório sobre depósitos a prazo (CDBs, por exemplo) de 30% para 20% -sendo 17% em títulos públicos e 3% em dinheiro. Com isso, os bancos serão liberados de recolher R$ 1,9 bilhão.
Os principais beneficiados com esta medida são os bancos em dificuldade financeira.
Agora, eles poderão obter empréstimos de outras instituições e dar como garantia os títulos públicos que antes eram recolhidos, via compulsório, ao BC.
Gustavo Loyola, presidente do BC, já havia decidido na segunda-feira adotar outra medida para aliviar a situação dos bancos.
Foi reduzido, de 70% para 60%, o percentual mínimo que os bancos devem manter diariamente no BC a título do compulsório sobre depósitos à vista.
O abrandamento das restrições ao crédito foi acelerado pelo governo após a intervenção federal no Banco Econômico, na sexta-feira passada.
Em outra circular, a de número 2.603, o BC isentou do compulsório sobre depósitos à vista os bancos com saldo médio abaixo de R$ 2 milhões. A alíquota do compulsório permanece em 83%. A medida vai liberar R$ 193 milhões para o mercado.

Crédito
A circular 2.605 reduziu de 10% para 8% o compulsório que os bancos recolhiam sobre as operações de crédito, empréstimos e financiamento bancários.
Com isso, os juros aplicados sobre tais operações podem cair, beneficiando os consumidores que fazem compra a crédito ou usam o cheque especial.
A redução dessa alíquota de compulsório vai entrar em vigor somente a partir de 1º de setembro. O período para cálculo do recolhimento é de 21 a 25 de agosto. Machado disse que a medida vai liberar mais R$ 550 milhões.
Foi a terceira vez neste ano que o governo reduziu a alíquota do compulsório sobre operações de crédito. O compulsório foi criado em outubro no ano passado com alíquota de 15%. Foi reduzida para 12% e 10% ainda no primeiro semestre.
A alíquota de 8% se aplica sobre o estoque das operações a partir de outubro até maio. Como os bancos estão trabalhando com estoque, a isenção não é utilizada na prática.
A circular 2.603 entra em vigor após sua publicação, que deve sair hoje no ``Diário Oficial da União". A circular 2.604 também entra em vigor hoje, mas seus efeitos se darão em setembro.
LEIA MAIS
sobre a crise do Econômico nas páginas 1-4, 1-5 e 1-8

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