São Paulo, sexta-feira, 18 de agosto de 1995 |
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Vendas de pneus caem 28%
NELSON BLECHER
As vendas para as montadoras de veículos recuaram no período em 27%. ``É a pior crise enfrentada pelo setor, principalmente pela falta de perspectiva a curto prazo", disse ontem Walter Tegani, secretário-executivo da Anip, a associação dos fabricantes. Levantamento preliminar da entidade revela que, em julho, o nível de estoques triplicou em relação a maio. ``As indústrias continuam superestocadas em volumes semelhantes aos da produção", acrescenta tegani. Além disso, já foram efetuadas cerca de 800 demissões e algumas indústrias, como a Firestone, anunciaram férias coletivas. ``A queda foi brusca a partir do início de junho", diz Walter Paschoal, vice-presidente da Abrapneus, que representa 4.000 empresas do comércio. Segundo o empresário, muitas estão no vermelho. ``O mercado está dominado por promoções, o que fez cair a margem de comercialização". Para o executivo da Anip, pneus usados importados representam hoje a principal concorrência para as indústrias locais. Projeções da Anip indicam que serão comercializadas 5,5 milhões de unidades em 1995 contra 3,5 milhões no passado. Na tentativa de sensibilizar os congressistas a aprovarem o projeto de lei 4.109/93, que proíbe importação de bens usados, o presidente da Anip, Geraldo Tomasini, tem despachado de Brasília. Quanto à importação de pneus novos, principalmente os procedentes da Coréia, a concorrência é menos intensa em volumes, mas causa impacto junto aos consumidores. A diferença de preços é superior a 10%. Para compensar a derrapagem no mercado interno, a Pirelli do Brasil chegou a duplicar de 20% para 40% a fatia destinada às exportações. Chegou a transportar moldes de avião da matriz na Itália e passou a produzir no país pneus para veículos europeus. Mas essa estratégia é considerada provisória e está no limite. Texto Anterior: Venda de carro usado cresce 7% Próximo Texto: Medida pode injetar R$ 5 bi Índice |
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