São Paulo, sábado, 19 de agosto de 1995
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Sindicância constata sobrepreço em reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A comissão de sindicância criada pelo Senado para apurar superfaturamento em obras contratadas pela Casa concluiu que os preços cobrados realmente foram maiores do que os previstos nas licitações.
A Folha revelou, no último dia 26 de julho, que o Senado havia pago R$ 244 mil pela troca de carpete e revestimento de parede, valor três vezes maior do que o encontrado no mercado (entre R$ 76 mil e R$ 89 mil).
Segundo o relatório, o preço cobrado foi ainda maior: R$ 414,6 mil, que corresponde até 445,52% a mais do que o valor de mercado. Ao receber a conclusão da investigação, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), determinou que a Casa pague apenas 10% a menos do que o valor cobrado pela empresa contratada.
O relatório aponta irregularidades também nas obras de reformas no apartamento e no gabinete do senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA) e na residência oficial da presidência do Senado.
A apuração sobre a casa e gabinete de ACM foi pedida pelo próprio senador, diante de denúncias de superfaturamento.
Embora afirme que em todos esses casos os preços pagos foram maiores do que os previstos nas licitações, a comissão diz que não há provas de superfaturamento. Isto porque não há como comparar os valores cobrados pelas empresas contratadas com os do mercado, já que é ``precário" o sistema de pesquisa de preços do Senado.
A reforma da residência oficial de Sarney (revisão das instalações elétricas, hidrossanitárias e telefônicas, conserto de infiltrações, pintura e remoção de carpetes) custou ao Senado R$ 118,7 mil, ficando 16,87% acima do que a SSENG (Subsecretaria de Engenharia) previu.

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