São Paulo, sábado, 19 de agosto de 1995 |
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Prepare-se para ver segundos dramáticos
EDUARDO SUPLICY
Ainda mais quando se tem pela frente uma pessoa com as características do boxeador Mike Tyson, um dos mais fortes e rápidos campeões do mundo, com a energia comparável à de um furacão. O pugilista norte-americano está agora diante de um desafio: mostrar ao mundo que é um ser humano que cometeu sério erro diante da modelo Desirée Washington e que, tendo passado três anos cumprindo pena, resolveu aproveitar o tempo na prisão para refletir sobre o destino do povo negro nos Estados Unidos e no mundo. Tyson sabe que, se ganhar, cada um de seus gestos, sua voz e ações serão acompanhados com extrema atenção. As tatuagens que fez em seu braço, como a de Mao Tse-tung, poderão ter significado tão grande quanto tiveram as histórias do livrinho vermelho (cartilha comunista escrita por Mao) -como a do velho que removia as montanhas em função da sua inesgotável força de vontade. Não é à toa que os chineses também vão querer assistir à luta direto pela TV. Pelo pouco que vi pela televisão de Peter McNeeley, um tanto balofo, não me parece que esse pugilista esteja em condições de aguentar Mike Tyson durante mais do que um ou dois assaltos. Creio que Tyson ganhará o combate de hoje com relativa facilidade. O boxe envolve uma grande contradição. De um lado, a luta de grandes campeões, com movimentos tão belos quanto os de um balé ou de uma luta de feras na floresta. Eduardo Matarazzo Suplicy, 54, senador (PT-SP), é ex-pugilista Texto Anterior: Campeões atuais são inexpressivos Próximo Texto: ASCENSÃO E QUEDA DE UM CAMPEÃO Índice |
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