São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Mãe-de-santo grava disco e faz programa de TV

DE NOVA YORK

Quando pisou nos EUA pela primeira vez, em maio de 1988, a mãe-de-santo e vidente Amira Lepore só tinha um objetivo: conhecer Nova York e atender uma antiga cliente do Brasil.
Na bagagem, além de roupa para duas semanas, Amira trouxe o telefone de cinco brasileiros amigos de clientes seus para oferecer consultas.
Passou 17 dias e, além das cinco indicadas, atendeu outras 42 pessoas. Em setembro, Amira voltou a Nova York a pedido dos clientes atendidos em março.
Resultado: em 30 dias recebeu 79 pessoas que haviam ouvido falar de seu poder paranormal.
``Algumas me procuraram só por curiosidade. Outras queriam que eu resolvesse todos os problemas de suas vidas em uma hora."
Ela demorou três anos para conseguir autorização do governo para abrir o terreiro.
Hoje, Amira é uma empresária bem-sucedida. Vive em uma casa de três andares em Long Island (Nova York) e só viaja de avião na primeira classe.
Nos próximos meses, vai gravar um disco com músicas de candomblé em ritmo de ``dance music" e outro com versões em espanhol.
Para 96, Amira já está com contrato fechado com uma rede de TV a cabo em espanhol para fazer um programa diário, que também será transmitido na Venezuela, Equador e Colômbia, além dos EUA.
Amira, filha de pai árabe e mãe brasileira, estudou em colégio de freiras e só começou a ``viver" de seus poderes em 1982.
``Era vidente desde os 4 anos, mas nunca quis ganhar dinheiro com isso porque meus pais eram ricos. Em 1979, meu marido morreu e perdi tudo. Fiquei na miséria com quatro filhos pequenos."
Apesar da situação financeira privilegiada, Amira diz que seu objetivo é fazer caridade. ``Às sextas e sábados (quando faz sessões de umbanda e recebe o espírito de cura do ``doutor Fritz") todos os atendimentos são gratuitos."

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