São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Ordem no BC é tranquilizar bancos

GUSTAVO PATÚ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Banco Central vai orientar o mercado a continuar operando normalmente com os bancos de grande porte vítimas de boatos sobre sua saúde financeira, espalhados na semana passada após a intervenção no Banco Econômico.
Tal recomendação será iniciada nesta semana. Os operadores do BC informarão às mesas de mercado aberto do sistema que não há risco em financiar qualquer um dos grandes bancos -deixando implícito o aval do BC à operação.
O ministro Pedro Malan (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Gustavo Loyola, têm repetido que ``o sistema financeiro está sólido". Falta, agora, um trabalho de convencimento no mercado.
Insinuações sobre crises já atingem quatro bancos de médio e grande porte. Elas se tornaram comuns após a intervenção no Econômico. Setores do PFL, que pressionaram pelo fim da intervenção, ajudaram a propagar os boatos.
O temor do BC é que ocorra a chamada ``profecia auto-realizável": espalham-se notícias a respeito de uma suposta crise de um banco; cauteloso, o mercado deixa de operar com a instituição; ela começa a ter dificuldade para obter dinheiro e entra mesmo em crise.
Para abortar qualquer prenúncio de crise de credibilidade do sistema bancário, o BC começou e continuará a usar o maior trunfo de que dispõe: o desmonte do sistema de recolhimentos compulsórios.
Coincidência ou não, diminuiu de 6 para 1 o número de bancos pendurados no socorro do BC.
Outra providência do BC será endurecer o tratamento aos cinco bancos estaduais sob regime de administração especial temporária. O objetivo é não deixar prosperar a impressão de os estatais oferecem menos riscos que os privados.

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sobre bancos nas págs. 2-3, 2-5, 2-9 e 2-11

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