São Paulo, domingo, 20 de agosto de 1995
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Empresas negociam pagamento de dívida

DA REPORTAGEM LOCAL

O aumento da inadimplência transformou os verbos ``negociar" e ``renegociar" nos mais usados hoje no mercado imobiliário.
``O confronto não interessa a ninguém. As construtoras não têm interesse em reaver o imóvel, e o comprador não vai desistir de um sonho por causa de um momento ruim", resume Gerson Bendilati, 37, diretor da Inpar, que tem entre 5% e 6% de seus 1.200 clientes com prestações atrasadas.
Assim, as construtoras têm negociado com seus inadimplentes das mais variadas formas.
Algumas parcelam o pagamento das prestações atrasadas -mensais, semestrais ou anuais. Outras aceitam que a quantia em atraso seja paga no final do financiamento, desde que o cliente volte a pagar em dia as parcelas restantes.
Para empresários do setor, a melhor dica para os clientes em atraso é procurar a construtora e negociar. Não há regras. Para cada caso há uma solução.
Dolzonan Matos, superintendente em São Paulo da Encol, defende o ``jogo de cintura".
Ele detectou um aumento ``insignificante" no número de clientes em atraso nos últimos meses. ``Passou de 0,4% para 0,5% de um total de 45 mil clientes." Segundo ele, a empresa busca sempre uma saída para o problema.
``Às vezes oferecemos ao cliente a mudança para outro imóvel, com preço de acordo com sua capacidade de pagamento", diz.
Mas, para muitos compradores, vender o imóvel é a única saída.
O contador Reginaldo Malfati, 29, por exemplo, já pagou 25 prestações de um apartamento de dois quartos em Pirituba (zona norte), mas decidiu vender o imóvel. ``Meu salário não acompanhou o aumento das prestações."
O FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não pode ser utilizado para pagamento de prestações atrasadas.
O comprador só pode retirar seu fundo para quitar o imóvel ou para pagar parte de prestações futuras do financiamento, mas só pelo Sistema Financeiro da Habitação.

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