São Paulo, terça-feira, 22 de agosto de 1995
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Interventores investigam entidade nos EUA

HELCIO ZOLINI
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

A equipe de interventores do Banco Central (BC) no Banco Econômico está investigando a existência de mais uma empresa em Nova York (EUA), que seria ligada ao grupo baiano -a Transworld Corporation- e que pertenceria ao empresário Ângelo Calmon de Sá (principal acionista).
O interventor Francisco Barbosa disse ontem em Salvador que irá enviar auditores do BC aos Estados Unidos e Ilhas Cayman (Caribe) para investigar remessas de dólares feitas nos últimos anos pelos acionistas controladores.
Até a intervenção no Econômico, no dia 11, o BC teria conhecimento apenas de duas agências do banco no exterior: uma em Nova York e outra nas Ilhas Cayman.
Os auditores estimam que a remessa de dinheiro que teria sido feita -principalmente por Calmon- para o paraíso fiscal, pode chegar a US$ 700 milhões.
Além de vasculhar as operações internacionais do Econômico, Barbosa determinou também que fosse feito o levantamento de todos os saques efetuados pelos membros do Conselho de Administração e da diretoria do banco e das empresas ligadas ao grupo.
Ele disse que esses saques podem ter alcançado, apenas no dia da intervenção, R$ 1,3 milhão.
A Agência Folha apurou que a maior parte dos saques ocorreram após o encerramento do expediente bancário do dia 11.
O interventor mandou investigar também todas os resgates antecipados de títulos (cotas de fundos de investimentos, de CDBs, de letras imobiliárias etc).
``O que eu pude devolver, eu devolvi. Ainda não sei se consegui sustar todos os cheques suspeitos emitidos na sexta-feira (11)."
Ele falou ainda esperar concluir o seu relatório até o dia 11 de setembro e que o balancete referente ao dia 11 de agosto ficaria pronto ontem à noite. Segundo Barbosa quaisquer indícios de fraude serão levados ao Ministério Público.

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