São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
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SP registra enxurrada de passes falsos

FERNANDO CANZIAN
DA REPORTAGEM LOCAL

As companhias de ônibus de São Paulo registraram nos últimos dias uma enxurrada de vales-transporte falsos circulando na capital.
Há pelo menos sete meses não apareciam passes falsificados em grande quantidade em São Paulo.
A oportunidade é única para os falsários: a rede de distribuição tornou-se grande e pulverizada e, em dois meses, a Prefeitura de São Paulo estará trocando todos os passes e vales por bilhetes magnéticos, parecidos com os do Metrô e difíceis de falsificar.
Os falsificadores estão usando a imensa quantidade de barracas de rua que trocam passes por mercadorias ou dinheiro para colocar os vales-transporte na praça.
Os vales são vendidos à população a um preço menor do que os R$ 0,65 da passagem normal e, muitas vezes, junto com outros vales-transporte ou passes originais.
No mercado informal, os camelôs pagam -em dinheiro ou produtos- pelos vales-transporte sempre menos do que R$ 0,65.
Depois, revendem os bilhetes a terceiros a um valor mais alto, mas ainda inferior aos R$ 0,65.
Na prática, quem subsidia esse mercado são as empresas (30 mil em São Paulo) que dão vales-transporte a seus empregados.
Cerca de 35% dos 160 milhões de usuários/mês de ônibus da capital utilizam-se do vale-transporte.
``As maiores quantidades de falsificações apareceram nas zonas oeste e leste", afirma Maurício Lourenço da Cunha, presidente da Transurb, que reúne 45 empresas que movimentam 11 mil ônibus.
José Aécio de Souza, chefe de departamento da São Paulo Transporte, estatal que administra o sistema de ônibus em SP, disse que os passes em papel serão trocados pelos magnéticos mesmo antes de todos os ônibus da capital passarem a operar catracas eletrônicas.
``A medida praticamente inviabilizará a falsificação", diz.
Souza afirma que a São Paulo Transporte e as empresas de ônibus têm todos os meios para detectar passes falsos. ``As companhias nunca têm prejuízo com eles. É o usuário quem perde", diz.
Os vales-transporte falsos quase sempre são produzidos a partir de xerox coloridas de originais. As cópias, segundo Souza, sofisticaram-se nos últimos anos.
Ele recomenda a compra de qualquer tipo de passe apenas em locais credenciados.

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