São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995 |
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`Mogli - O Menino Lobo' chega às locadoras
BIA ABRAMO
O roteiro é uma adaptação para lá de livre do "Livro da Jângal", do escritor inglês Rudyard Kipling. A incrível história do menino criado por uma família de lobos, que se torna o senhor da selva depois de confrontar o tigre Shere Khan, em Kipling tem algo de dramático. No desenho animado, Mogli ainda é uma criança teimosa, agitada e curiosa. Os amigos -Bagheera, a pantera, Akeela, o pai-lobo, e Balloo, o urso- e os inimigos -Kaa, a serpente, Shere Khan, e o Rei Lu, o macaco- funcionam como metáforas de características humanas, como em Kipling, mas com mais leveza. "Mogli" tem os personagens mais divertidos de todos os desenhos Disney: Balloo, um urso afetivo, hedonista e fidelíssimo, Bagheera, uma pantera rabugenta, mas protetora como uma tia velha, a traiçoeira e atrapalhada Kaa. Para melhorar, "Mogli" não tem nenhum momento sentimental. Ponto também para a música: "Mogli" tem os números musicais mais animados de todos os desenhos Disney. A trilha sonora é toda baseada em jazz e blues, com pitadas de música indiana nos trechos instrumentais. Os acertos são muitos: Balloo com sua canção jazzística "Eu Uso o Necessário", um hino aos prazeres da vida, os urubus de ares beatnik (responsáveis por um diálogo hilário) fazendo um doo wop (gênero vocal dos anos 50), a serpente Kaa encantando Mogli com a insinuante "Trust Me". "Mogli" dá para ser revisto sem tédio por adultos, provavelmente, com grande prazer pela primeira vez. Filme: Mogli - O Menino Lobo Lançamento: Abril Vídeo (011/837-4500) Texto Anterior: Sai programação completa do Free Jazz Próximo Texto: `Nell' recusa a diferença Índice |
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