São Paulo, quarta-feira, 23 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Conheça os destaques dos concorrentes

ROSANE MINGHIM
ESPECIAL PARA A FOLHA

A palavra-chave em produtividade em um ambiente computacional é interface (a forma como o computador é apresentado para o usuário). O ``Windows 95" está complementando a incorporação para o PC de uma filosofia de interface existente há muitos anos em ambiente Apple, com o ``MacOS", e no próprio ambiente PC, com o ``OS/2", da IBM.
O ``Windows 95" é um passo gigante em termos de interface na aproximação entre o sistema operacional para PC e o do Mac.
A filosofia e o comportamento de interface em ``Windows 95", ``MacOS" e ``OS/2" são os mesmos. O comportamento do ``Windows 95" é muito parecido com a universalmente aplaudida interface da Apple.
A total potencialidade operacional e de interface oferecida pelo ``Windows 95" tem estado disponível para o PC há tempos, por meio do ``OS/2".
O grande problema de uso do ``OS/2" está na dificuldade de encontrar software especialmente desenvolvido para o sistema. Para ``Windows", a abundância de programas é sempre destaque.
Ausência de software aplicativo não é problema para o ``MacOs" e os computadores Apple. Não só há grande quantidade de software para o Mac, como também hoje em dia há versões dos mesmos programas para PC e Mac.
Por isso, a comparação entre o ``MacOs" e o ``Windows 95" será tratada em mais detalhe aqui.
O principal ponto dessa comparação é que, apesar da aproximação de abordagem, o ambiente ``Windows" ainda não está exatamente no nível do ambiente Mac no que se refere à integração do sistema, à comodidade e à elegância da interface.
Um exemplo de limitação ditada por hardware é a necessidade de criação de ``atalhos" para dispositivos externos.
No Mac, para todo novo disquete ou CD inseridos, um ícone é automaticamente criado na ``desktop", representando o objeto. Clicar no ícone dá acesso ao conteúdo do objeto. Quando o objeto é retirado, o ícone desaparece.
No ``Windows 95", existe a necessidade de criação de um atalho para os dispositivos externos. No momento que o usuário ``abre" o atalho, o conteúdo é apresentado. Se, então, o objeto é retirado, a janela com o seu conteúdo permanece, mesmo que um outro objeto seja inserido no seu lugar (um outro disquete, CD etc.).
A retirada do objeto do sistema está desconectada da retirada física, fazendo com que o usuário tenha que se lembrar de fechar a janela e retirar o objeto -para manter a consistência do sistema.
O atalho tem necessariamente que existir o tempo todo, mesmo que nenhum objeto esteja inserido naquele dispositivo. Isso, além de congestionar a área de trabalho, faz com que o usuário tenha que olhar para o leitor de disquete para ter certeza se há ou não algum disquete inserido.
Já no Mac, basta olhar na área de trabalho para saber se algum objeto está no drive.
Um exemplo de limitação de software é a barra de tarefas. No ``Windows 95", foi introduzida a barra de tarefas, a exemplo da que existe no Macintosh.
No ``Windows 95", ela pode ser colocada em qualquer das bordas da tela e contém um menu para as funções do sistema, as configurações da máquina e os programas que o usuário instala (o menu Start ou Iniciar). Também na barra de tarefas há uma ``assinatura" de cada programa ou pasta correntemente em uso.
No Mac, essa barra sempre existiu e é colocada na parte superior da tela, mas tem um aspecto funcional, diferente do encontrado no ``Windows 95".
No Mac, cada elemento da barra de menus fornece acesso a um menu de funções relacionadas à janela selecionada no momento (janela corrente).
Se a janela corrente for um objeto do sistema, a barra terá funções do sistema. Se a janela corrente pertencer a um programa, a barra terá funções do programa.
Como no Mac, todos os programas têm uma interface padronizada. Essa barra é uma ferramenta utilíssima, pois permite ao usuário fazer as operações usuais exatamente da mesma forma para qualquer programa ou objeto.
Isso é uma característica fundamental do aumento de produtividade oferecido por uma boa interface homem/máquina, ou seja, a possibilidade de encontrar as funções desejadas facilmente, mesmo para programas a princípio desconhecidos.
No ``Windows 95", a barra funcional existe mas é colocada na própria janela corrente, congestionando visualmente um ambiente já muito ocupado com várias janelas (uma situação comum em qualquer ambiente operacional).
O ambiente do ``MacOS" ainda se mostra mais integrado que o do ``Windows 95". Isso se observa tanto na facilidade de comunicação entre diferentes programas quanto na manipulação uniforme de todo o ambiente.
Funções parecidas, em diferentes programas ou objetos, são encontradas e utilizadas da mesma forma. Esse aspecto está muito mais apoiado no ``Windows 95" do que em versões anteriores do ``Windows", mas ainda se percebe maior robustez no Mac.
No aspecto de ajuda on line, quem marca mais pontos é o ``Windows 95". O sistema de ajuda é bastante útil -no Mac, são menores os recursos de aprendizado de interface e configuração.
Para conseguir um bom desempenho de um sistema com toda essa ampla habilidade de interface, ``Windows 95" e ``MacOs" precisam de máquinas potentes.
No caso da Apple, normalmente a potência computacional das máquinas enfrenta muito bem a carga. Para o ``Windows 95", no mínimo um 486 com 8 Mbytes de memória é fundamental para conseguir um desempenho razoável.
Resta observar o impacto desse tão esperado software. Os concorrentes do ``Windows 95", entretanto, não estão parados.
Dominantes há mais tempo dessa abordagem agora apresentada pelo ``Windows 95", IBM (com o ``OS/2") e Apple (com o ``Copland", nova versão de seu sistema, que promete aproveitar a capacidade dos Power Mac) preparam suas respostas.
No caso do ``OS/2", a IBM já lançou a versão para redes e sempre teve como pontos fortes a grande eficácia e a robustez. Devem também aparecer mais programas nativos para o ``OS/2".
Quanto à Apple, o conforto maior da interface e a integração e comunicação entre o sistema e os aplicativos são os pontos fortes. O ``Copland" deve incluir um sistema completo de ajuda on line para o operador da máquina.

Texto Anterior: `OS/2' é melhor e tem mais recursos, diz IBM
Próximo Texto: É preciso mudar já?
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.