São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Covas e o protesto

NELSON DE SÁ
DA REPORTAGEM LOCAL

ACM defende a Bahia.
Marcello Alencar, o Rio.
Eduardo Azeredo, Minas.
Mário Covas defende mesmo é o Banespa.
Ontem, enquanto no ABC os trabalhadores e os empresários juntavam gente em protesto contra tanto desaquecimento, Mário Covas estava em Brasília lutando pelo Banespa.
O acordo social do ato foi sublinhado em toda parte.
Na Manchete, ``as marchas contra o desemprego, os juros altos e a contenção ao crédito vieram de todos os setores".
Na Globo, no SP Já:
- As indústrias, o comércio e as prefeituras se unem aos trabalhadores para protestar contra o desemprego.
Não, Covas, suposto líder dos bandeirantes, não estava com a sua prioridade voltada ao acordo social do ABC.
(Aliás, não só ABC, como mostrou a Manchete, falando da crise no Bom Retiro.)
Covas estava era cuidando do acordo dos políticos de São Paulo, os deputados estaduais, federais, senadores, agarrados todos ao Banespa.
Os mesmos que, dias atrás, fizeram um ato com uma dúzia de políticos, nas poltronas da Assembléia Legislativa.
E não adianta dizer e provar, por exemplo, que Minas Gerais ficou mais rica e mais pujante com a privatização da Usiminas -na opinião da Record.
Covas não muda.

Amante
Se Covas prefere o Banespa, outros ocupam a vaga.
Lula, no ato, na Globo:
- A preocupação é fazer com que a economia volte a crescer, gerando emprego.
E nem precisa detonar o real, como já cogitava o apressado quercista Michel Temer.
Não mesmo. Lula, sem as amarras petistas, tornou-se até um amante do real, mas com ``correção de rumos":
- Todos nós, que somos amantes da estabilidade, não queremos uma estabilidade que desemprega o povo.

Apelo
Uma outra Globo, no Jornal Nacional, do Rio, fez aquela velha e boa edição.
Culpou o ``fator ABC", em resumo, os sindicatos fortes, pelas demissões.
E fechou a cobertura dizendo que ``o presidente fez um apelo às montadoras, pela suspensão das demissões no ABC".
Conversa pouca é bobagem.

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