São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Administrador do Pacaembu responsabiliza a prefeitura

JOÃO CARLOS ASSUMPÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-administrador do estádio do Pacaembu, Luís Afonso de Andrade, o Luisão, culpou a Prefeitura de São Paulo pelo conflito entre torcedores, domingo, que deixou 102 feridos -um em estado grave.
``Fui o bode expiatório", reclamou. ``Não aceito sair pela porta dos fundos."
Luisão diz que havia alertado a Prefeitura sobre o entulho no estádio, usado como munição pelos torcedores são-paulinos e palmeirenses na batalha campal após a final da Supercopa SP de Juniores.
Segundo o ex-administrador, o secretário municipal de Esportes, Ivo Carotini, teria sido avisado dos destroços (paus e pedras) entulho na semana anterior à partida entre São Paulo e Palmeiras.
``Cheguei até a contatar a Administração Regional da Sé, mas fui avisado de que eles não tinham pessoas disponíveis para retirar o material."
Luisão afirmou à Folha que o secretário de Esportes teria lhe telefonado, após o tumulto do domingo, e pedido para que ele deixasse o cargo à disposição.
O diretor do Pacaembu, Luis Carlos Grecco, confirmou a versão do ex-administrador. ``O problema é que ele não fez nada por escrito. O Luisão foi ingênuo."
Em solidariedade, Grecco decidiu também colocar o cargo à disposição. ``Mas gostaria de continuar. Assumi o cargo há dois meses. É muito pouco tempo para desenvolver qualquer trabalho."
Outra crítica que Luisão fez à prefeitura foi à troca constante de secretários de Esporte.
``O problema é de gerenciamento. Não dá para administrar bem, se você troca o comando quase todo dia", disse Luisão.
Desde que o prefeito Paulo Maluf assumiu, em janeiro de 93, Arnaldo Faria de Sá, José Eduardo Mesquita Pimenta, Artur Alves Pinto, Márcio de Lima Araújo e Ivo Carotini já comandaram a secretaria.
Carotini, que assumiu o cargo no último dia 2, pretende implantar uma série de mudanças no estádio do Pacaembu.
Uma das medidas que o secretário está estudando é a introdução de catracas eletrônicas e a intensificação do sistema de segurança com câmaras de televisão.
``A secretaria vai instalar mais câmaras no Pacaembu para facilitar o trabalho da polícia."
O que mais preocupa Carotini no momento são as obras no tobogã, míni-arquibancada que fica do lado oposto da entrada principal do estádio.
``O problema é a burocracia. Será feita concorrência pública, que é algo necessário, mas demorado."
Segundo o secretário, o estádio talvez só esteja totalmente pronto no início de 96. ``Temos pressa, porque o Pacaembu será usado para outros eventos, não só para o futebol."

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