São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Walter Rodigues faz verão sem 'modinhas'

ERIKA PALOMINO
COLUNISTA DA FOLHA

Walter Rodrigues aciona de novo sua mitologia pessoal para criar sua coleção de verão, desfilada anteontem à noite. Pega as cores do pintor americano Cy Twombly, a imagem fim-de-século do italiano Boldini e a atmosfera do francês Toulouse Lautrec.
Para quem não viu essas referências, tudo bem. Importa mais o trabalho formal do estilista, que investe em roupas contemporâneas e ao mesmo tempo atemporais, escapando da armadilha do retrô.
Walter Rodrigues não faz `modinha' em seu verão. Seus básicos para o dia são elegantes conjuntos de calça e frente única em tecidos mais duros como zibeline e chamalote -em branco e em preto.
A sobriedade do marinho, do cinza e do salmão se combinam nos melhores looks do desfile, culminando em Virginia Punko numa grande pólo linha A com saia estreita. Sapatos Ferri perfeitos.
Os homens de Walter Rodrigues se incluem desde já como alguns dos melhores da temporada. Em algodão, laise e organdi, adoráveis camisas de algodão ganham um ar de roupa que a avó da gente fazia. E por isso ganham status de uniforme para rapazes modernos.
Por fim, os vestidos de festa, território em que o estilista ganha terreno a cada estação. Melhor o uso de bordados, peso e volume dos tecidos que na coleção de inverno. Mas de quando em quando algumas costuras fora do lugar atrapalham a fluidez das peças. De toda forma, uma coleção redonda e amarrada, concisa e inteligente. Trabalho de criador, sim.

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