São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995
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Livro faz guia etílico de Eça de Queiroz

DANIEL PIZA
DA REPORTAGEM LOCAL

Um livro de mais de 300 páginas, com 222 verbetes sobre as bebidas referidas pelo escritor português Eça de Queiroz (1845-1900) em seus livros, foi lançado ontem pela editora Nórdica.
A impressão que se pode ter é que Eça foi mais que um bebedor social, tal a quantidade e qualidade de suas referências.
Mas o autor de ``Era Porto e Entardecia", Dário Moreira de Castro Alves, 68, também publicou pela Nórdica um volume sobre as comidas mencionadas por Eça, ``Era Tormes e Amanhecia", e um roteiro cultural e sentimental de Lisboa, ``Era Lisboa e Chovia", retirado também dos textos do maior romancista português.
Logo, é mais adequado concluir, em face dessa trilogia de verbetes, que Eça foi um ``bon vivant", um homem que gostava de viver, sofisticado e cosmopolita. Talvez por isso o realismo de suas histórias seja tão franco.
Alves, que foi embaixador em Lisboa de 1979 a 1983 e cônsul em Porto em 1990, não coloca porto no título à toa. O vinho licoroso é a bebida mais citada por Eça (42 vezes), que via no seu envelhecimento, nos seus tons ``ricos e quentes", a própria encarnação etílica da civilização.
Não que ele tivesse preconceitos. Absinto, champanhe, licor, conhaque, gim, madeira, xerez -todas as bebidas que você imaginar comparecem. Assim, o livro é interessante tanto para amantes de Eça quanto para os de bebida. Alguém fica de fora?

Livro: Era Porto e Entardecia
Autor: Dário Moreira de Castro Alves
Preço: R$ 30

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