São Paulo, sexta-feira, 25 de agosto de 1995 |
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Livro faz guia etílico de Eça de Queiroz
DANIEL PIZA
A impressão que se pode ter é que Eça foi mais que um bebedor social, tal a quantidade e qualidade de suas referências. Mas o autor de ``Era Porto e Entardecia", Dário Moreira de Castro Alves, 68, também publicou pela Nórdica um volume sobre as comidas mencionadas por Eça, ``Era Tormes e Amanhecia", e um roteiro cultural e sentimental de Lisboa, ``Era Lisboa e Chovia", retirado também dos textos do maior romancista português. Logo, é mais adequado concluir, em face dessa trilogia de verbetes, que Eça foi um ``bon vivant", um homem que gostava de viver, sofisticado e cosmopolita. Talvez por isso o realismo de suas histórias seja tão franco. Alves, que foi embaixador em Lisboa de 1979 a 1983 e cônsul em Porto em 1990, não coloca porto no título à toa. O vinho licoroso é a bebida mais citada por Eça (42 vezes), que via no seu envelhecimento, nos seus tons ``ricos e quentes", a própria encarnação etílica da civilização. Não que ele tivesse preconceitos. Absinto, champanhe, licor, conhaque, gim, madeira, xerez -todas as bebidas que você imaginar comparecem. Assim, o livro é interessante tanto para amantes de Eça quanto para os de bebida. Alguém fica de fora? Livro: Era Porto e Entardecia Autor: Dário Moreira de Castro Alves Preço: R$ 30 Texto Anterior: Gastronomia paulista evolui com jesuítas e estudantes de Direito Próximo Texto: Brancos se dão bem com pratos nacionais Índice |
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