São Paulo, segunda-feira, 28 de agosto de 1995
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Preparação psicológica

CIDA SANTOS

O técnico da seleção brasileira masculina, José Roberto Guimarães, tem se dedicado nas últimas semanas a uma leitura muito especial: as 150 páginas do relatório da psicóloga Regina Brandão.
Nele, estão observações feitas a partir de entrevistas e testes aplicados durante quatro dias a 19 jogadores da seleção.
De olho em Atlanta-96, a comissão técnica caminha em busca de um treino cada vez mais individualizado. E, para isso, foi buscar o auxílio de uma psicóloga. O objetivo é recolher o máximo de informações sobre cada atleta e elaborar trabalhos específicos.
Algo semelhante foi feito em 92. Na época, Zé Roberto pôde fazer um treinamento diferenciado com Tande.
O alerta da psicóloga era que o jogador aprendia rápido as coisas, mas que depois de dominada a novidade, perdia a concentração. A solução foi passar a criar desafios para manter Tande ligado. Nos treinos, o melhor bloqueio era sempre colocado na sua frente.
No esporte de alto nível, quando a bola começa a rolar, entram em ação também variáveis psicológicas como o nível de autoconfiança do atleta e a própria capacidade que ele tem de lidar com as pressões. Tem jogador que se desequilibra quando tem que enfrentar torcidas adversárias.
Com esses dados nas mãos, a comissão técnica pode atuar para reforçar ou desenvolver certas características.
Um exemplo: pode programar amistosos com torcidas adversárias caso o problema seja diminuir a pressão sentida pelos jogadores. Na preparação para a Olimpíada de 84, os norte-americanos seguiram a trilha e chegaram a treinar com som alto de torcida.
O técnico Zé Roberto anda animado. Fala que pouco a pouco o time está recuperando situações que se perderam em 94.
Ele lembra que na temporada passada o nível de cooperação do grupo não foi o mesmo de 92 e 93, os anos dourados do vôlei brasileiro, quando os jogadores tinham uma sintonia perfeita e, não por acaso, colecionaram títulos.
No domingo, a turma já vai para Porto Alegre. Afinal, o Sul-Americano será em terras gaúchas.
De 7 a 10 de setembro, Brasil e Argentina deverão mais uma vez decidir quem é o dono da bola no continente. A nova geração argentina ganhou confiança depois de vencer os EUA na final do Pan-Americano. Mas o Brasil, em busca de novos ares, parece disposto a recuperar o tempo perdido.

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