São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995 |
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Novelas
NELSON DE SÁ
Cercada, a Globo faz a sua mininovela sobre a revolução dos paulistas, vai estrear outra mininovela sobre a religião e carregou as novelas regulares de homossexuais e negros. Mas a Globo, por vícios de origem, não tem como abordar livremente os conflitos. Daí o esmaecimento, até o embranquecimento da cultura negra. Daí os homossexuais, contidos, bons meninos. Daí o regionalismo passar por momentos de negação, ou também de esmaecimento. Por exemplo, no Vídeo Show, que alavanca novelas e que ontem abordou longamente o conflito Rio-São Paulo, com frases como ``São Paulo e Rio se completam" e "a peleja sempre foi equilibrada". O conflito, que existe, que vaza dos próprios telejornais, não pode ser aberto. Não quanto ao regionalismo, ao racismo, à sexualidade. Mas sim, quanto à religião. As chamadas da mininovela sobre os pentecostais são prova de que o conflito, por vezes, pode ser aberto, sim. É assim no Fantástico, que junta telejornal com telenovela, e que anda buscando inspiração na Arquidiocese do Rio. Aliás, já começou a reação, na Record, que se questionava, em programa religioso: - Por que tantas acusações contra os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus? Está aí, o conflito. Pelas almas e pela audiência. Na semana passada Uma manchete de ontem, na televisão, foi que "a indústria de São Paulo demitiu dez mil na semana passada". Lillian Witte Fibe, porém, lembrou, ``uma pesquisa feita semana passada na Argentina prova: o ministro que consegue derrubar a inflação continua sendo amado pela população, a despeito de recessão profunda ou desemprego recorde". Então, nenhum problema. Texto Anterior: Governo muda destino de verba do Sivam Próximo Texto: Forças Armadas realizam manobras na Amazônia Índice |
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