São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995 |
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Fumaça de queimadas forma nuvem sem água
PAULO SILVA PINTO
A descoberta faz parte de um projeto de pesquisa conjunto dos governos dos EUA e do Brasil que tem como um dos objetivos determinar qual o efeito das queimadas no clima global. A nuvem encontrada tem uma coloração entre o amarelo e o marrom. ``É uma surpresa", diz Michael King, um dos cientistas da Nasa envolvidos no projeto. ``Pensávamos que se tratasse de uma nuvem de chuva acima da fumaça das queimadas, mas elas também são formadas de fumaça", disse. Outra surpresa para os cientistas foi a concentração das queimadas em áreas da região Centro-Oeste próximas à Floresta Amazônica. Baseados em informações do ano passado, os pesquisadores esperavam encontrar maior número de queimadas nas áreas mais centrais. ``No cerrado não encontramos nem 10% das queimadas que havíamos previsto", diz Volker Kirchhoff, coordenador brasileiro da pesquisa e coordenador do programas especiais do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). A pesquisa é chamada de Scar-B (Smoke, Clouds and Radiation-Brazil, ou Fumaça, Nuvens e Radiação no Brasil). Já teve duas etapas anteriores nos EUA. Os aviões continuarão sobrevoando áreas do Centro-Oeste e de Rondônia até o final de setembro. Vale do Paraíba O número de queimadas no Vale do Paraíba no mês de agosto aumentou 36% em relação a julho e bateu o recorde do ano, de acordo com o Corpo de Bombeiros. Os bombeiros registraram 219 ocorrências de queimadas até o último domingo, contra 161 casos em julho deste ano. O número de agosto representa um aumento de 76,6% em relação a junho, quando foram registrados 124 casos. Segundo o sargento Edmílson dos Santos Neto, um terço das queimadas de agosto ocorreu junto à via Dutra. Foram registradas 74 queimadas na beira da estrada. Texto Anterior: Supersena de R$ 47 milhões sai para 4 apostadores Próximo Texto: Engenharia encerra ciclo sobre profissões Índice |
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