São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Historiadora une arte, semiótica e psicanálise

DA REPORTAGEM LOCAL

Enfatizando a definição dos gregos para a palavra ``história" -ou ``histor", no sentido de ``testemunha" ou ``aquele que vê"-, Gisele Madeira, 29, busca, em sua dissertação de mestrado, construir uma abordagem histórica da arte que se diferencie da própria história da arte.
Com o conceito ``História e Arte", que vai sendo desenvolvido pela autora ao longo das 165 páginas da tese, ela tenta ``extrapolar a circularidade da história da arte, buscando o sujeito (o artista-cidadão) como base para a fecunda produção da obra de arte".
Para isso, recorre a entrevistas com artistas, com marchands e com compradores de obras de arte. Faz ainda uma longa análise de 12 imagens artísticas -onde até as cores e os diferentes significados que essas cores assumiram ao longo da história são considerados.
O primeiro dos cinco capítulos da dissertação é escrito a partir de uma longa entrevista com o artista plástico brasileiro Emmanuel Nery, filho de Ismael Nery.
É onde a proposta da tese se evidencia: à história de vida do artista se tece sua obra. Mais do que isso: a autora busca na própria história a força das imagens artísticas.
Gisele situa a ``produção imagética entre o vivenciar (uma realidade de seu tempo, da situação política, econômica, social), e uma porção imaginativa, criativa, que pode estar ligada às reminiscências, desejos".
Nesse sentido, todas as questões ligadas à vida dos artistas são, de alguma forma, abordadas. Desde a tendência de se conceber os artistas como ``extravagantes" até o fato de a obra adquirir mais valor quando o artista morre.
Recorrendo à psicanálise e semiótica, Gisele também constrói imagens -no caso, escritas- da relação da vida de pessoas que adquirem obras de arte com as imagens -visuais- dessas obras.

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