São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 1995
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Cachê faz CBF manter amistoso com a Líbia

MÁRIO MAGALHÃES
DA SUCURSAL DO RIO

Uma disputa por US$ 500 mil abriu ontem confronto entre a Confederação Brasileira de Futebol e os promotores do amistoso entre as seleções brasileira e líbia, previsto para o dia 6 em Trípoli (Líbia).
O jornal esportivo árabe ``Dar El Ssada", organizador do evento junto com o governo da Líbia, anunciou anteontem que não haverá mais jogo dia 6 e propôs nova data (3 de outubro).
Em resposta, a CBF manteve ontem a convocação dos jogadores para a partida ``do dia 6". A convocação será hoje às 15h, de acordo com o supervisor Américo Faria e o treinador Mario Jorge Zagallo.
``Virei de terno e gravata", afirmou Zagallo. Ele costuma se vestir assim nos dias de convocação.
A ordem para manter a convocação partiu do secretário-geral da CBF, Marco Antônio Teixeira. Ele é tio do presidente da entidade, Ricardo Teixeira, que está de férias.
A CBF recebeu na segunda-feira retrasada (dia 21) US$ 500 mil dos organizadores como cachê pela participação da seleção brasileira no amistoso.
A Folha apurou que a CBF não está disposta a devolver o dinheiro recebido. ``Nós estamos prontos para cumprir o que está acordado", afirmou Américo Faria.
O diretor do escritório do ``Dar El Ssada" no Brasil, Ahmed Ramadan, disse ontem que o estádio 11 de Junho está em obras e não pode receber o jogo.
``A arquibancada caiu em 1988 e se descobriu que corre novo perigo agora. Uma empreiteira alemã contratada para as obras atrasou. Não ficou pronta nem a iluminação", disse.
``Não há problema: jogamos à tarde", afirmou Faria. ``Mas não podemos mudar de data porque dia 27 de setembro enfrentaremos a Hungria em Belo Horizonte e, em 11 de outubro, o Uruguai, em Salvador."
A CBF deu prazo para os organizadores manterem o jogo para o dia 6: hoje às 15h. ``Mas só na quarta-feira (amanhã) poderemos dar uma resposta definitiva", afirmou Ramadan. ``Não quero pensar agora na questão do dinheiro já pago."
A confusão em torno do jogo provocou o cancelamento da excursão que quase 300 sambistas, atletas, jornalistas e dirigentes esportivos fariam, gratuitamente, à Líbia.
Ontem, alguns deles, sem saber da novidade, foram até o Aeroporto Internacional do Rio para embarcar, mas o ``trem da alegria" havia sido adiado para quando a seleção brasileira for mesmo à Líbia.

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