São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
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Governo investiga uso do superfumo no país

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O governo brasileiro enviou para o Canadá dez amostras de cada marca de cigarro vendida no país. As amostras serão testadas por uma “máquina de fumar”, que vai revelar a concentração de nicotina e alcatrão nos cigarros.
O governo suspeita que o superfumo, um tabaco com capacidade de viciar de 2,5 a 3,5 vezes mais rápido do que o tipo comum, esteja sendo usado nos cigarros brasileiros. Os resultados são aguardados dentro de três meses.
A investigação sobre a presença do superfumo nos cigarros nacionais consta de relatório do Inca (Instituto Nacional do Câncer), obtido pela Folha.
O diretor do Inca, Marcos Moraes, afirmou que se for comprovado o uso do superfumo o caso será remetido para o Ministério da Justiça.
O ministro da Saúde, Adib Jatene, e o presidente do Inca não confirmaram o uso do superfumo, mas disseram que as indústrias estão usando processos químicos para que o cigarro vicie mais rápido.
Jatene afirmou que as folhas de tabaco estão sendo tratadas com amoníaco, o que estimularia a liberação de nicotina (agente responsável pelo vício, através da dependência química).
O presidente da Abifumo (Associação Brasileira das Indústrias do Fumo), Nestor Jost, disse que está “despreocupado” em relação à investigação. Ele negou que qualquer marca de cigarro brasileira utilize o superfumo.
Jost também negou a acusação de que as indústrias brasileiras estariam misturando amoníaco para estimular a liberação de nicotina. “Nós só misturamos diversos tipos de fumo para dar o ‘blend’ (mistura) das diversas marcas”, afirmou.

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