São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
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Hospitais suspendem atendimento na PB

DA AGÊNCIA FOLHA, EM JOÃO PESSOA

Hospitais privados da Paraíba suspenderam ontem, por tempo indeterminado, o atendimento aos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).
O atendimento foi suspenso em represália aos cortes feitos pela Secretaria de Saúde do Estado no fornecimento de AIHs (Autorizações de Internação Hospitalar).
Segundo a Associação Paraibana de Hospitais, cerca de 2 dos 3,2 milhões de habitantes do Estado estão sem atendimento.
A maioria desses hospitais está concentrada nas duas maiores cidades da Paraíba, a capital João Pessoa e Campina Grande.
A alternativa de atendimento para os pacientes são os 60 hospitais públicos espalhados pelo Estado, hospitais municipais e filantrópicos. Só os casos de urgência, com risco de vida, estão sendo atendidos pelos hospitais privados.
Segundo Maciel, os prejuízos dos hospitais atingiram R$ 700 mil em julho. Ele afirmou que o hospital Santa Isabel, em João Pessoa, por exemplo, teve faturamento em AIHs correspondente a R$ 261 mil em julho e só deve receber R$ 178 mil.
``Se continuarmos atendendo, vamos falir. Não temos mais crédito nos bancos e os fornecedores não querem mais nos atender", disse Maciel.
O secretário de Saúde do Estado, Paulo Montenegro, foi procurado ontem cinco vezes por telefone em seu gabinete e não foi encontrado. Segundo a assessoria de imprensa do governo do Estado, os hospitais que deixaram de atender serão descredenciados.
O secretário participa hoje de uma sessão especial na Assembléia Legislativa para explicar aos deputados os motivos dos cortes no fornecimento de AIHs.
Segundo o líder do governo na Assembléia, deputado Inaldo Leitão (PMDB), o Ministério da Saúde reduziu as verbas destinadas à Paraíba. ``A questão é financeira. O secretário garante que estava havendo excessos na liberação de AIHs e resolveu atender, pela ordem, os hospitais públicos, filantrópicos e privados", disse.

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