São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

CMN revê hoje limites para empréstimos e consórcios

GUSTAVO PATÚ; <UN->VIVALDO DE SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai abrandar hoje algumas das regras criadas para conter o consumo após o Plano Real. O objetivo é estimular os setores mais atingidos pela retração da economia, como o automobilístico e o de eletroeletrônicos.
Um conjunto de medidas será examinado hoje pelo CMN (Conselho Monetário Nacional): 1) ampliação do prazo máximo do crédito bancário de três para seis meses; 2) ampliação do prazo máximo de consórcios de automóveis de seis para 24 meses; e 3) permissão para a volta dos consórcios de eletroeletrônicos.
O governo poderá ainda reduzir ou eliminar a cobrança de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) sobre as operações de crédito, reduzindo os juros cobrados.
Mesmo que todas as medidas sejam aprovadas hoje, a equipe econômica ainda quer manter a produção e o consumo em tendência de queda, como já vem ocorrendo desde abril.
Segundo diagnóstico dos economistas do governo, os sinais de recessão visíveis estão localizados em setores específicos e não no conjunto da economia nacional.
O maior problema é o do setor automobilístico, que já vem anunciando demissões coletivas, e dos produtores de bens duráveis -caso dos eletroeletrônicos. No caso dos bens não-duráveis (como os alimentícios), a avaliação é que não há queda preocupante de produção ou consumo.

Recessão
Em conversas reservadas, a equipe econômica avalia que a economia está em trajetória recessiva. O último trimestre do ano deverá registrar crescimento negativo se comparado ao mesmo período de 94. A reversão desse quadro só deverá acontecer depois de dezembro, para evitar que o Natal e o pagamento do 13º salário elevem em demasia o consumo.
A recente redução dos recolhimentos compulsórios sobre depósitos bancários não deverá gerar efeitos no consumo. Ela tem o objetivo de estimular o sistema financeiro, abalado com a intervenção no Banco Econômico.
Segundo a Folha apurou, a redução de compulsórios deve continuar. Até o final do ano, o recolhimento sobre depósitos a prazo, hoje de 20%, deve ser extinto. E o compulsório sobre depósitos à vista deverá cair de 83% para 70%.

Texto Anterior: A reforma fiscal do governo
Próximo Texto: Há desaquecimento, diz Azeredo
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.