São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 1995
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Zaire exige da ONU a saída de refugiados hutus até fim do ano

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

O primeiro-ministro do Zaire, Kengo Wa Dondo, disse que vai expulsar os mais de 1 milhão de refugiados vindos de Ruanda e Burundi se a ONU não os repatriar até o dia 31 de dezembro.
Em Ruanda, o governo, controlado pela etnia tutsi, demitiu ontem quatro ministros. Três deles eram hutus, etnia opositora.
Em Genebra (Suíça), o premiê do Zaire deu o prazo final à ONU depois de se encontrar com a chefe do Alto Comissariado da ONU para Refugiados, Sadako Ogata. Ela afirmou que não pode garantir a repatriação até o final do ano.
Menos de 300 refugiados saíram voluntariamente do Zaire depois que a ONU iniciou operação de repatriação voluntária.
A operação foi iniciada depois que o Zaire expulsou 15 mil refugiados e causou a fuga de mais de 130 mil, na semana passada.
O Zaire tem 1,08 milhão de refugiados hutus de Ruanda e 70 mil do Burundi. Em abril de 1994, um atentado matou o presidente ruandês Juvenal Habyarimana, hutu.
Hutus radicais acusaram os tutsis pelo ataque e reiniciaram a guerra civil contra eles. Mais de 1 milhão de pessoas morreram.
Em julho do ano passado, guerrilha da minoria tutsi tomou o poder. Os hutus fugiram para o Zaire, temendo retaliação dos tutsis.
Os hutus também fugiram do Burundi por causa de conflito étnico com os tutsis da região.
Ontem, Ruanda demitiu, ``por incompetência", os ministro do Interior, da Justiça, da Informação, e a ministra dos Transportes e Telecomunicações.

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