São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Partido não tem nomes para organizar o caos

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O PMDB é hoje um partido sem lideranças e sem rumo. Parte de seus líderes está fragilizada e omissa, parte comete erros de principiante. No vácuo, surgem os nomes de Paes de Andrade (CE) e Newton Cardoso (MG) para dirigir o partido.
Um grupo de deputados quer um candidato a presidente que não tenha a marca de "Mombaça" (Paes) e um a secretário-geral contra quem não pesem acusações de irregularidades (Cardoso).
O candidato ideal desse grupo seria o senador Iris Rezende (GO), um líder com razoável expressão nacional. Mas Iris ainda sofre as consequências da desastrada intervenção dos nove governadores no processo sucessório do partido.
O grupo do senador José Sarney (AP) identifica no governador Maguito Vilela (GO), afilhado de Iris, o líder do levante contra Jáder Barbalho.
Os governadores forçaram a retirada de Jáder, mas não tiveram força para apresentar um nome de consenso. Sarney e Jáder, por pura pirraça, passaram a apoiar Paes.
O grupo de Sarney mostrou-se fraco no apoio a Jáder. Agora, assiste ao caos de camarote.
As acusações são fortes de lado a lado. Sarney é acusado de ser um corpo estranho no PMDB. Apoiou o regime militar, como membro da Arena e do PDS, dizem seus adversários. Os governadores são acusados pelo grupo de Sarney de ser inexperientes.
A maior liderança do partido, o ex-governador Orestes Quércia (SP), age nos bastidores. Veta e apóia nomes, mas não vai para a frente de batalha ou aceita cargos. Só aposta em recompor a imagem desgastada pelas seguidas denúncias de corrupção.
Lideranças que poderiam estar no comando do partido, como os ex-deputados Ibsen Pinheiro (RS) e Genebaldo Correia (BA), foram afastados da vida pública por envolvimento em irregularidades apontadas na CPI do Orçamento.

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