São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995 |
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Rodízio de água chega a 4 milhões
CHRISTIAN CARVALHO; PATRICIA DECIA
O esquema, implantado dia 18 na zona leste, será estendido para parte das zonas sul e oeste, afetando mais 1,8 milhão de moradores. Segundo a Sabesp, as altas temperaturas do inverno estão fazendo com que o consumo de água supere as médias normais da época. Em agosto, a média das temperaturas máximas foi de 26,5oC, contra uma média histórica de 23oC. Com o calor, o consumo de água aumenta entre 15% e 20%. Segundo a Sabesp, essa alta gera um déficit na produção de água tratada, o que prejudica a distribuição (leia texto abaixo). Atualmente, o desabastecimento atinge 2,14 milhões pessoas. São 340 mil em Ermelino Matarazzo e Cangaíba (zona leste), recebendo água a cada dois dias. E mais 1,8 milhão nas chamadas áreas de "rodízio permanente". A Sabesp anuncia segunda-feira como será o rodízio. Serão divulgados os bairros atingidos e qual a duração da falta de água. Segundo a Sabesp, a capacidade de produção de água tratada é limitada. "O problema só se resolveria com obras", diz Márcio Riscala, chefe da assessoria de imprensa da empresa. Segundo ele, são necessários R$ 600 milhões para resolver o problema em São Paulo. Os sistemas Alto Tietê (que abastece parte da zona leste) e Guarapiranga (zona sul) estão operando acima do limite, com a retirada de volumes de água superiores à reposição natural (que é feita, em parte, pelas chuvas). No último verão, a seca prolongada fez baixar os níveis dos mananciais (de onde a água é captada para tratamento), deixando alguns com 30% da capacidade. Cerca de 6,5 milhões de pessoas foram atingidas pelo racionamento. Segundo a Sabesp, o nível de água nos mananciais é normal, apesar de não chover na cidade há 26 dias. A falta de chuva deve continuar pelo menos até domingo, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). O índice de chuvas de agosto foi, em média, 53% inferior ao da média histórica do período. Esse índice leva em conta a medição realizada pela Sabesp em seis represas da Grande São Paulo. As chuvas amenizariam o calor, reduzindo o consumo de água. A meteorologista Neide Oliveira diz que correntes de ventos no Oceano Pacífico estão bloqueando a vinda de frentes frias para o Brasil. Essas frentes aumentam a nebulosidade e provocam chuvas. Com a ausência delas na região Sudeste, massas de ar quente localizadas no Norte e Nordeste do país "descem" e provocam o forte calor, atípico nesta época do ano. Texto Anterior: Senador quer que Galeão mude de nome; Irmão de Edmundo é detido em favela do Rio; Quadrilha é acusada de falsificar IPVA; Polícia do AM apura denúncia de tortura Próximo Texto: Déficit na produção é principal causa Índice |
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