São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995
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Carteiro encerra greve e faz 'operação padrão'

DA REPORTAGEM LOCAL

Os carteiros decidiram voltar ao trabalho a partir da 0h de hoje, encerrando uma greve de 15 dias na região metropolitana de São Paulo.
Nenhuma das reivindicações foi atendida e os dias parados deverão ser descontados. Por isso, os grevistas prometem fazer "operação padrão" (trabalhar apenas das 8h às 17h, sem fazer hora extra).
Ontem à tarde, cerca de 2.000 grevistas -segundo a PM- se reuniram em assembléia na praça dos Correios (região central de SP) e votaram o fim da paralisação.
A votação só aconteceu após o fim de uma reunião entre o comando de greve e a direção da ECT (Empresa de Correios e Telégrafos) em Brasília. Durante a reunião, a empresa se comprometeu a não demitir os grevistas.
Eles reivindicavam o cumprimento do acordo coletivo, assinado em 94, que prevê reajuste de 7,98%, além de um novo Plano de Cargos e Salários.
A empresa diz que a concessão de aumento é de competência do Comitê de Controle das Estatais, órgão responsável pelo funcionalismo público.
A ECT contratou, em regime de emergência, 500 novos funcionários para tentar regularizar as entregas. Estão acumuladas cerca de 6,5 milhões de correspondências. Segundo a empresa, as entregas serão normalizadas em 20 dias.
Prejuízos
A greve já causou prejuízo para várias empresas que dependem da entrega de correspondências.
É o caso da Meta Leilões Ltda., na região central de São Paulo. O dono da empresa, Hélio de Godoy, diz que já perdeu muitos clientes por não tê-los avisado sobre a data e o local dos leilões.
Ele costuma enviar, pelo Correio, cerca de 5.000 avisos para os clientes informando local, data e hora dos leilões. Com a greve, ele mandou a correspondência por outras empresas que fazem entregas.
"O grosso da nossa propaganda é feita pelo Correio. Com a greve, além de gastar 5 a 6 vezes mais com as correspondências, elas demoram a chegar, e eu acabo perdendo clientes", afirma.

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