São Paulo, sexta-feira, 1 de setembro de 1995 |
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Mudanças no Arábia não são de fachada
JOSIMAR MELO
A rotisserie, que continua ali, nasceu há oito anos. Foi criada pelo casal paulista Sérgio Kuczynski, 37, e Leila Youssef Kuczynski, 40, psicóloga ainda na ativa, responsável pela cozinha. Então, já eram marcantes o capricho dos pratos, o resgate de receitas que haviam sido deturpadas, os ingredientes originais. Em maio de 1992, a casa cresceu para o imóvel ao lado e virou um grande restaurante, num esforço possibilitado com a entrada dos novos sócios Helio Mattar e Teieta Whately. O Arábia passou a receber com mais conforto seus clientes, mantendo a qualidade e ampliando a variedade da comida. Mas incomodava (aos proprietários inclusive) o ar de fast-food da casa, que embora correspondesse à idéia original foi com o tempo distanciando-se do tipo de cozinha e de serviço. Daí a reforma. O arquiteto Felipe Crecenti tornou mais caloroso o ambiente. Mudaram-se as cores, amenizou-se a iluminação; à noite, as mesas são ornadas com velas e ganham toalhas e guardanapos de pano. A verdade é que o clima de asseio, de assepsia não tem nada do certo escracho do mercado persa, que dá charme a alguns restaurantes árabes. Mais importante é que a mudança física foi acompanhada de novidades trazidas por Leila de viagens recentes ao Líbano (onde viveu a infância). A maior mudança foi a introdução dos "mezzès", as pequenas porções de pratos variados servidas ao mesmo tempo, na melhor tradição libanesa. O mais graúdo deles tem 18 iguarias, com quibes, linguiça síria, charuto de uva no azeite, o leve falafel (bolinho de grãos), a ótima coalhada seca (cremosa e elegantemente ácida) e por aí vai. Esses itens são também oferecidos como pratos à parte. É o caso do Chawarma (chamado em São Paulo de "churrasquinho grego"), fatias finas de carne marinadas em tempero, depois sobrepostas numa grelha vertical giratória e fatiadas em lascas para montar sanduíches. Outro gostoso petisco são as asinhas de frango grelhadas com molho de ervas. O michui (espeto) de cordeiro é bem macio. Sábado é dia de cuscuz marroquino. Em suma: as boas novidades do Arábia não estão só nas paredes, mas no prato também. Texto Anterior: Fito Paez conquista público cantando músicas em português Próximo Texto: Arábia Índice |
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