São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Paes afirma que mantém candidatura

LUCIO VAZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O deputado Paes de Andrade (CE) afirmou ontem que a sua candidatura "não saiu arranhada" com o adiamento da Convenção Nacional do PMDB. Perguntado se o seu cacto (símbolo da campanha) teria sido fritado, disse: "Continua duro. Não amolece, não dá broxura". A palavra broxura é um termo chulo que significa impotência sexual.
Paes também negou que o deputado Newton Cardoso (MG) seja candidato a secretário-geral na sua chapa: "Newton não faz parte da minha chapa. Não vou colocar um cavalo de Tróia na minha casa".
Deputados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia conseguiram adiar a convenção do para 1º de outubro. Esperam ganhar tempo para derrubar Paes e indicar um nome de consenso.
O líder do PMDB no Senado, Jáder Barbalho (PA), que retirou a sua candidatura em favor de Paes de Andrade, disse ontem que apoiará um candidato de consenso se o deputado cearense retirar sua candidatura. Mas reafirmou: "Se Paes for candidato, voto nele."
Paes procurou mostrar que não teme o adiamento: "Espero que essa minoria desesperada aproveite os 20 dias para buscar um candidato. A minoria perde ou compõe. Lancem um candidato para perder ou componham comigo".
O deputado rejeita a idéia de que foi "fritado". "Se eu soubesse que essa gente iria para a fritura, não teria aceito o adiamento. Eu só abri espaço para uma disputa democrática, para que esta minoria fabrique um candidato".
O governador de Santa Catarina, Paulo Afonso, afirmou ontem que o adiamento "foi a melhor saída. Deu tempo para que se encontre um nome de consenso". Ele disse que vai conversar com os governadores e com a bancada catarinense para buscar esse nome.
Afonso negou veto a Paes. Apenas acha que o deputado não tem o perfil de um presidente de que o PMDB precisa agora. O senador Iris Rezende se adequaria a essa exigência, segundo Afonso.
Os governadores do PMDB vão se encontrar hoje em Brasília. Devem discutir alternativas ao comando do partido. Mas o encontro é casual. Foi convocado pelo presidente Fernando Henrique Cardoso para discutir o tema educação.
A deputada Maria Elvira (MG) pretende disputar a secretaria-geral contra Cardoso. Em sua propaganda, ela diz que a sua candidatura se insere em uma linha de "probidade, ética e transparência no trato da coisa pública".

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