São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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BNDES reduz financiamento agrícola em 95

DA SUCURSAL DO RIO

Finame deve desembolsar US$ 600 mi, contra US$ 900 mi em 94; resultado do ano passado foi atípico, diz Bacha
Os empréstimos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) na área de máquinas e equipamentos agrícolas caíram em relação ao ano passado.
A expectativa é que o Finame Agrícola (Agência Especial de Financiamento Industrial) desembolse no final do ano US$ 600 milhões, enquanto no ano passado o valor total foi de US$ 950 milhões. Até agosto, houve empréstimos de R$ 315 milhões.
O presidente do BNDES, Edmar Bacha, disse que os resultados do ano passado foram atípicos não só em razão da supersafra agrícola, mas porque houve uma grande procura por créditos para equipamentos no início do Plano Real.
Segundo Bacha, “não há expectativa de competir com os resultados do ano passado”. Para comparar, em julho de 94, foram desembolsados R$ 95 milhões e em 95, R$ 19 milhões. Em agosto, os empréstimos foram de R$ 106 milhões e R$ 28 milhões, respectivamente, nos anos de 94 e 95.
A melhora de 47% no resultado de agosto em relação a julho foi comemorada pelo presidente do BNDES como resultado de mudanças no Finame Agrícola.
As principais modificações foram: aumento do prazo de pagamento de cinco para sete anos; aumento do limite de participação do BNDES nos projetos em dez pontos percentuais, atingindo 90% do investimento nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste e 80% nas regiões Sul e Sudeste; e menor prazo de liberação do dinheiro, de cinco dias para 24 horas.

Indústria naval
Bacha anunciou também que os empréstimos para indústria naval serão feitos, agora, com juros de 6% ao ano, além de variação cambial, atendendo a reivindicação do setor. Para navegação de cabotagem (dentro do país), os juros são de 3% ao ano.
Os empréstimos tinham como indexador a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo). Como os negócios no setor têm como base o dólar, às vezes a diferença causava problemas para os empresários.
A partir de agora, o BNDES passará a emprestar diretamente a armadores e estaleiros, sem passar pelo Fundo de Marinha Mercante.
Bacha diz que, com essas modificações, os estaleiros brasileiros poderão concorrer de igual para igual com os de outros países.

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