São Paulo, sábado, 2 de setembro de 1995
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Bolsas têm alta com queda nos juros

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

O índice da Bolsa paulista registrou alta de 3,23% e o indicador Senn (Rio) valorização de 2,3% com a queda ontem das taxas de juros e alívio da crise política (PFL/PSDB).
A origem da crise política foi a intervenção do Banco Central no Banco Econômico. Ontem de manhã, Marco Maciel, vice-presidente da República, declarou que estava encerrada a crise entre o PFL e o PSDB.
O Banco Central realizou intervenções no overnight (negócios por um dia), derrubando os juros de 3,8% em agosto para uma projeção de 3,3% em setembro. As Bolsas reagiram com alta ao corte nos juros.
O projeto de lei da reforma tributária que estabelece uma taxação gradual e crescente nas aplicações dos investidores estrangeiros não foi bem recebido pelos corretores e dirigentes das Bolsas.
A expectativa é de que os investidores estrangeiros afastem-se do país optando por mercados parecidos, como Argentina e México.
Manoel Pires da Costa, presidente da Bolsa de Mercadorias & Futuros, disse ontem que os presidentes de Bolsas irão fazer trabalho de convencimento dos congressistas para evitar a tributação dos ganhos dos investidores estrangeiros no mercado de capitais.
O movimento dos dirigentes de Bolsas contra a taxação dos investimentos estrangeiros e o apoio de alguns congressistas animaram também o mercado acionário.
Os indicadores das Bolsas brasileiras repercutiram também a alta no índice Dow Jones da Bolsa de Nova York que registrou alta de 0,8%, por causa da queda nas taxas de juros internacionais.
No mercado cambial, as cotações ficaram estáveis e sem interferência do Banco Central. As entradas totais de dólares superaram as saídas em US$ 5,3 bilhões, o que significou saldo cambial recorde em agosto. No dia 31, o movimento cambial continuou positivo (em US$ 53,27 milhões).

JUROS
Curto prazo
Os cinco maiores fundões renderam, em média, 0,154%. Segundo a Andima, a taxa do over ficou, em média, em 4,91% para dias úteis, significando rendimento de 3,3% no mês. No mercado de Certificados de Depósito Interbancário (CDIs), as taxas de juros ficaram, em média, a 4,86% para dias úteis, o que significou rentabilidade de 3,29% no mês.
As cadernetas que vencem dia 2 rendem 3,1364%. CDBs prefixados de 31 dias negociados ontem: entre 26% e 44% ao ano. CDBs pós-fixados de 153 dias entre 15% e 17% ao ano mais TR.

Empréstimos
Empréstimos por um dia ("hot money") contratados ontem: a taxa média foi de 5,46% ao mês, projetando rentabilidade de 3,70%. Para 31 dias (capital de giro): entre 46% e 99% ao ano.

No exterior
Prime rate: 8,75% ao ano. Libor: 5,81% ao ano.

AÇÕES
Bolsas
São Paulo: valorização de 3,23%, fechando com 44.499 pontos e volume financeiro de R$ 233,82 milhões. Rio: alta de 2,3%, encerrando a 19.207 pontos e movimentando R$ 13,70 milhões.

Bolsas no exterior
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou a 4.647,54 pontos. Em Londres, o índice Financial Times fechou a 2.631,90 pontos. Em Tóquio, o índice Nikkei fechou com 18.120,73 pontos.

DÓLAR E OURO
Dólar comercial (exportações e importações): R$ 0,949 (compra) e R$ 0,951 (venda). Segundo o Banco Central, no dia anterior, o dólar comercial foi negociado, em média, por R$ 0,949 (compra) e por R$ 0,951 (venda). "Black": R$ 0,950 (compra) e R$ 0,955 (venda). "Black" cabo: R$ 0,946 (compra) e R$ 0,950 (venda). Dólar-turismo: R$ 0,930 (compra) e R$ 0,960 (venda), segundo o Banco do Brasil.
Ouro: queda de 0,09%, fechando a R$ 11,54 o grama na BM&F.

Câmbio contratado
O saldo de fechamento de câmbio comercial (exportação menos importação) acumulado no mês até o dia 31 foi positivo em US$ 1,294 bilhão. As entradas financeiras foram maiores que as saídas de dólares em US$ 4,014 bilhões. O saldo total está positivo em US$ 5,309 bilhões.

No exterior
Segundo a "UPI", ontem, em Londres, a libra foi cotada a 1,5528 dólar. Em Frankfurt, o dólar foi cotado a 1,4633 marco alemão. Em Tóquio, o dólar foi cotado a 97,68 ienes.

FUTUROS
No mercado de DI (Depósito Interfinanceiro) da BM&F, a projeção de juros para setembro fechou a 3,22% no mês e para outubro a 2,99% no mês. No mercado futuro do índice Bovespa, a cotação para outubro ficou a 45.600 pontos. No mercado futuro de dólar, a moeda norte-americana para setembro fechou a R$ 0,963 e a R$ 0,975 para setembro.

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