São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995
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Otan pode retomar ataques contra sérvios

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Os aviões da Otan estavam em alerta ontem após os sérvios da Bósnia imporem condições para o fim do cerco a Sarajevo e o negociador dos EUA para a ex-Iugoslávia vai pedir a volta dos bombardeios.
A ação da aliança militar ocidental foi suspensa na tarde de anteontem depois de mais de 1.200 ataques contra posições sérvias que sitiam encraves dominados pelo governo muçulmano da Bósnia.
Os sérvios da Bósnia voltaram a atacar Sarajevo. Um bombardeio a um subúrbio da cidade feriu sete pessoas. Pouco depois, atacaram um posto da ONU e um veículo do Exército bósnio. A Força da Reação rápida respondeu com disparos de morteiro.
Um funcionário da Otan disse que o enviado especial dos EUA à ex-Iugoslávia, Richard Holbrooke considerou as condições impostas por Mladic para a retirada de armas pesadas de Sarajevo inaceitáveis, e que os bombardeios contra os sérvios devem ser retomados.
Mladic teria dito que não aceita negociar enquanto os aviões da Otan não deixarem o espaço aéreo das regiões controladas pelos sérvios.
As negociações entre os comandantes das forças sérvias da Bósnia, Ratko Mladic, e da ONU, Bernard Janvier, se estenderam por 13 horas e só acabaram no início da madrugada de ontem.
Mladic, aproveitando-se da conferência de paz marcada para o fim da semana na Suíça, deixou a ONU com o ônus da decisão: ou ordenar novos ataques aéreos -apenas um dia após os sérvios aceitarem voltar à mesa de negociações- ou aceitar a exigência sérvia.
O chanceler bósnio, Muhamed Sacirbey, protestou contra a interrupção dos bombardeios da Otan. “Caso continue o bloqueio a Sarajevo, não podemos deixar a situação como está e permitir que os sérvios se reagrupem.”
Apesar da intensa ação da Otan após o massacre que deixou 37 mortos em Sarajevo na semana passada, a ONU afirma que o arsenal sérvio ainda é grande.
“Não temos números exatos sobre quantos (armamentos) foram destruídos porque a maioria foi rapidamente levada a esconderijos, como esperávamos”, afirmou o militar da ONU Chris Vernon.

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