São Paulo, domingo, 3 de setembro de 1995 |
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Gugu o concorrente
ARMANDO ANTENORE Na verdade, existe. Gugu gosta muito de rádio, meio em que trabalhou durante dez anos. "Tá certo. É outra coisa que me fascina".E se o fascina, por que não tratar o assunto com mais seriedade? "Estou tratando. Já solicitei umas rádios lá no Ministério das Comunicações". Quantas? Nada menos que 23. As principais cidades: Belo Horizonte, Campo Grande, Uberlândia (MG), Campinas (SP), Ribeirão Preto (SP), Araraquara (SP) e Santos (SP). Também pediu um canal de TV por assinatura para explorar no condomínio fechado de Aldeia da Serra, em São Paulo. "Pedir, a gente pede. Ganhar as concessões é outra história. Você vai até Brasília, conversa com um, conversa com outro, todo mundo te trata bem, mas não acontece nada. Depende de politicagem, cartucho. Não basta provar que é do ramo, que sabe tocar o negócio. Nesta área, chora menos quem pode mais." Carrapato de Figueiredo Gugu realmente sabe do que está falando. Quando tinha seus 21, 22 anos, acompanhou de perto a liturgia necessária para se conseguir um canal de televisão no Brasil. Trabalhava como produtor e redator do "Programa Silvio Santos", que ocupava os domingos da TV Record. O "homem do baú" sonhava, então, com uma emissora própria. Mas, para ganhá-la, precisava de cacife político. Resolveu o problema criando o quadro "A Semana do Presidente", que passou a exibir durante o programa de domingo. Em tom patriótico, o esquete de 55 segundos -no ar até hoje- acompanha (e exalta) o dia-a-dia do "chefe da nação". Mal bolou o quadro, Silvio nomeou Gugu como carrapato oficial do presidente Figueiredo. Aonde a general ia, o jovem produtor ia atrás, fazendo as vezes de repórter. A função caiu como uma luva para Gugu, que estudava jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo, e pretendia virar correspondente internacional. Texto Anterior: Gugu o concorrente Próximo Texto: Gugu o concorrente Índice |
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